Centro do redemoinho
Na última Sessão Legislativa, realizada na terça-feira (15), o SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) esteve no centro de uma dúvida, lançada no plenário, sobre a possibilidade de uma suposta fraude, ou boicote. Essa possível 'sabotagem' estaria provocando a interrupção de distribuição de água em Ibitinga. O assunto surgiu em forma de requerimento, proposto e assinado pela presidente da Câmara, Daniela Cristina Souza Branco de Rosa (PSL).
CEI
Daniela Cristina pediu a abertura de uma sindicância, que visa apurar no SAAE, se existiu ou existe, boicote ou fraude, que possa estar causando 'incidentes', contra os equipamentos do SAAE. O pedido foi em forma de requerimento, e não foi informada data ou prazo dos demais trâmites regimentais, e nem se o requerimento surgirá efeito. Uma Instalação de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito), que tem força de obrigação para uma investigação, não foi proposta, nem lembrada, naquela sessão.
Conduta séria
No documento, Daniela Cristina deixa claro que o gestor da autarquia, Frauzo Ruiz Sanches, demostrou, uma semana antes, grande preocupação sobre a possibilidade suposta de uma sabotagem nas bombas novas adquiridas recentemente. Ainda, nas justificativas, o requerimento informa que a conduta de possível ou suposta sabotagem, não condiz com 'a conduta junto ao patrimônio público e a população'.
Preço das coisas
Sobre prejuízos, o requerimento não cita uma cifra, um montante, ou um valor. Porém, relata que há meses os equipamentos da autarquia SAAE, vem sofrendo incidentes, de forma recorrentes e permanentes; sempre aos finais de semana.
575 mil motivos
“Devido a recorrências que nós temos semanalmente sobre questões ligadas ao abastecimento de água no nosso município, que afeta diversos bairros, junto a queimas de bombas, deterioração de equipamentos, enfim, toda a problemática, que inclusive foi apresentada a esta casa recentemente pelo gestor da autarquia, e diante de um fato, o problema não é novo, mas o fato foi novo”, explicou Daniela, relatando o caso de duas bombas novas, recentemente instaladas, terem sido queimadas e prejudicando a distribuição de água. A vereadora explicou que as duas bombas foram adquiridas, por R$ 575 mil, com verba aprovada pelo Legislativo, e a toque de caixa.
Programação
“Aí fica a pergunta. Todos os finais de semana, há meses, nós estamos tendo problema com o abastecimento de água e nós temos observado atentamente, não sei se isso é uma coincidência, que toda a vez que nós temos o problema, estamos relacionados a bairros periféricos, muitas vezes em bairros onde temos moradores, na sua maioria, de baixa renda, que acaba impactando diretamente na rotina e na vida dessas pessoas nos finais de semana”, explicou Daniela.
Acusação
Daniela deixou claro que não deseja, com o pedido de Sindicância no SAAE, acusar ninguém, mas buscar soluções para o pleno funcionamento da autarquia, para realizar uma plena e eficiente distribuição de água para a população. Daniela lembrou que é de competência do vereador eleito, a fiscalização do Poder Executivo e dos atos públicos.
Novo normal
“Normal isso não é. Porque o que a gente busca na memória de anos atrás, nunca se ouviu tanta queima de bomba, em tanta falta de água, como vem ocorrendo, de um ano e pouco pra cá”, argumentou o vereador Richard Porto de Rosa (PSDB), apoiando a instauração de uma sindicância no SAAE.
Urgência
“Alguma coisa deve estar ocorrendo e precisa sim ser feita, seja internamente, seja através dessa casa, alguma coisa precisa ser feito, e além dos caos, que é o principal de tudo, tem a questão dos gastos públicos. É dinheiro do povo, dos gastos públicos e não é barato. É muito dinheiro, seja na manutenção seja na compra [de novos equipamentos]”, explicou Richard, relatando a necessidade de urgência, para identificar “onde está acarretando tudo isso, se é fraude, se não é, se é sabotagem, o que for preciso ser identificado”, disse.
Penalidades
“Se existir realmente esse tipo de sabotagem ou de fraude, que as pessoas sejam penalizadas”. Richard não explicou, se estas penalidades, se aplicadas em pessoas identificadas, ocasionariam a demissão de suposto envolvimento de servidores, ou até prisão.
Definição
“Nós precisamos definir bem a situação. Os problemas de queima de bombas e roubos de fios, não é nada relacionada a gestão do SAAE, que também vem capengando com pro-blemas de contas, cortes, cálculos errados”, explicou Fernando Inácio. “Tirou um pouco o foco dos problemas do SAAE, é só uma cereja no bolo, dos pepinos que estão acontecendo no SAAE”, argumentou.
Rico
“O pobre não tem sido tão humilhado em uma autarquia que é feita para servir o pobre”, explicou a vereadora Janaína Bastos, inserindo na discussão, mais um problema a ser resolvido no SAAE.