Ibitinga, Quinta, 02 de Maio de 2024
Incêndios no campo podem causar perdas irreparáveis ao solo
Queimadas fazem temperatura passar dos 700 graus, o que praticamente esteriliza a terra e dizima toneladas de nutrientes
Incêndios no campo podem causar perdas irreparáveis ao solo

  O Sindicato Rural de Ibitinga com extensão de base em Tabatinga, por intermédio de seu Presidente, Sérgio Quinelato, juntamente com sua Diretoria Executiva, divulga a matéria publicada no Canal Rural sobre os danos que o solo sofre devido aos incêndios.

    Os prejuízos com essa esterilização da camada superficial são tão significativos que pesquisadores da área apontam que as perdas, em termos de nutrientes e características de composição, podem ser irreparáveis. As informações são da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

   Para exemplificar o tamanho dos prejuízos, basta pegar um hectare de uma lavoura que tem cerca de 2 milhões de quilos de solo em uma camada de um metro. Desse volume, 80 mil quilos são matéria orgânica (4%), sendo aproximadamente 1,2 mil quilos de nitrogênio.

   Apenas para repor esse nitrogênio no solo, que evapora completamente em uma situação de incêndio, o produtor teria que gastar R$ 4,5 mil em 1,8 mil quilos de ureia no hectare.

   De acordo com o técnico do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep/Senar-PR Bruno Vizioli, esse é apenas um dos vários problemas que surgem em uma área que passa por uma queimada. Afinal, há uma série de microrganismos fundamentais para o bom desempenho das plantas, que são perdidos completamente.

   O prejuízo financeiro considerando apenas o nitrogênio chama a atenção. Afinal, se um incêndio carbonizar 100 hectares de solo, o custo somente do insumo, sem contar o gasto com a aplicação, chega próximo a R$ 500 mil. 

   Mesmo que o produtor se esforce para recuperar uma área queimada, há um trabalho de décadas apenas para conseguir repor a matéria orgânica para atingir o nível médio de 4%.

    “Para formar 1% de matéria orgânica no solo, são necessárias 10 toneladas de palha por hectare durante 10 anos. Mesmo que se consiga colocar esse volume anualmente, para alcançar aos 4% levaria pelo menos 40 anos”, projeta o técnico do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Mitos sobre incêndios

    No meio rural existe o mito de que o fogo faz a pastagem brotar com mais vigor. O que acontece, segundo Vizioli, é que as gramíneas costumam guardar nutrientes em suas raízes mais profundas para períodos críticos. Então, quando ocorre uma queimada, a planta vai buscar esses nutrientes em sua última reserva. Só que a perda de nutrientes pelo calor nas camadas superficiais não será recuperada, o que empobrece e danifica o solo.

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