Ontem dia 28, em Sessão Legislativa o prefeito de Brotas Benedito Salla teve o seu mandado cassado por seis votos a favor e dois contra. Dos vereadores em plenário Fernando José Bissoli, do mesmo partido do chefe do Executivo, se absteve de votar. Agora, a decisão sobre a validade ou não da cassação depende apenas da Justiça, que concedeu liminar, a pedido de Salla, suspendendo os efeitos do ato até julgamento do mandado de segurança.
O prefeito cassado não compareceu a Câmara, e foi representado por seu advogado, José Piovezan. A Sessão começou com a leitura do relatório da Comissão Processante (CP), instaurada no último dia 2 de agosto, por quatro votos a dois, para apurar supostas infrações político-administrativas cometidas por Salla. Antônio Benedito Salla (PDT) foi acusado de autorizar gastos supostamente irregulares com a aquisição de peças e prestação de serviços mecânicos em veículos oficiais, ligação elétrica irregular em prédio público e em loteamento particular, e inerência do seu filho, Antônio Jorge Salla. O filho do prefeito ocupa a pasta de Esportes, Recreação e Cultura, e a suposta inerência é devido a assuntos de outras pastas, na quais o prefeito permitiu que o secretário se envolvesse.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada em janeiro após denúncias feitas pela servidora pública municipal Márcia Antonia Aparecida Bertação da Silva . A CP foi aprovada por quatro votos a dois no último dia 2 de agosto, após conclusão do relatório da CPI. De acordo com o presidente do Legislativo, Modesto Salviatto Filho (PTB), o relatório do órgão apontou que, além de atrapalhar os trabalhos da CPI e da CP por se negar a entregar documentos e dificultar o acesso a repartições públicas, o prefeito também teria desviado funcionária pública de função e permitido que seu filho se envolvesse em assuntos de outras pastas.
Na opinião dos seis vereadores que votaram na cassação de mandado do prefeito de Brotas, as acusações tem fundamento. Agora após a conclusão dos trabalhos da CPI, o relatório foi encaminhado ao Tribunal de Justiça, Procuradoria Geral de Justiça, promotor de Justiça de Brotas, Tribunal de Contas do Estado (TCE), Delegacia Seccional de Polícia de Rio Claro e Fórum local para as devidas providências.
Mesmo sendo cassado pela Câmara, Salla deve ficar no cargo até o julgamento, onde irá questionar o mérito do processo e as provas. Devido uma limiar Salla suspendeu os efeitos da cassação provisoriamente. A Sessão de cassação durou nove horas.