O jovem Jorge Pazini, de 23 anos, morador de Ibitinga, estudante do curso de Ciências Biolôgicas da USP de Ribeirão Preto, participou de uma expedição científica, de 8 dias, no Acre, entre os dias 15 e 21 de junho deste ano. Segundo Pazini, no dia 17, a expedição achou um fóssil de uma tartaruga gigante. “Foram 8 dias de expedição e 4 dias acampados”, explicou Jorge Pazini.

   A equipe foi formada por pesquisadores do Acre e de São Paulo, e essa equipe, pode ter dado um importante passo na busca de registros de tartarugas gigantes, que viveram na Amazônia, há cerca de 13 milhões de anos.

   O fóssil foi encontrado em uma região conhecida como ‘Boca dos Patos’ na cidade de Assis Brasil, que fica na Terra Indígena ‘Cabeceira do Rio do Acre’, divisa do estado do Acre com o Peru. Exatamente, o fóssil foi encontrado no ‘Sítio Patos da Formação Solimões’, como consta a nomenclatura do local, citado em trabalhos acadêmicos.

   A espécie tinha aproximadamente o tamanho de um carro. As equipes tentaram fazer o transporte em uma caminhonete, contudo, por conta do tamanho e peso, não foi possível. Foi necessário um caminhão da universidade ir até a local, buscar o fóssil e trazer para a capital. 

   Ao g1, o professor de biologia da UFAC e coordenador do grupo, Carlos D'Apolito Júnior, falou da importância do achado. 

   "Nunca foi visto [um fóssil] assim tão grande, tão bem preservado, então, é um fóssil muito importante para entender a paleontologia da região aqui, os animais que viveram no passado", disse. 

   O coordenador destacou que ainda não mediu e nem pesou o fóssil. "É uma tartaruga, a maior tartaruga de água doce que já existiu, não temos o tamanho exato dela ainda, mas na literatura, essa espécie chegava a mais de 3 metros de comprimento", explicou o professor. 

Tartaruga Gigante

   O fóssil é um Stupendemys geographicus, um tipo de tartaruga que viveu no período Mioceno, época geológica que se estendeu de aproximadamente 23 milhões a 5,3 milhões de anos atrás. A equipe faz parte da Iniciativa Amazônia+10. 

    Os pesquisadores acreditam que a espécie tenha vivido entre 13 e 7 milhões de anos atrás na região, onde hoje é o norte da América do Sul, na Amazônia.