Ibitinga, Terça, 22 de Abril de 2025
Churrasqueiro tira roupa em banco
Após ser barrado na entrada, homem abaixa as calças em agência lotada; preservativos podem ter ?travado? porta

Uma cena inusitada foi vista na tarde de ontem por clientes e funcionários de uma das agências da Caixa Econômica Federal em Bauru. Após ser barrado algumas vezes no detector de metais da porta giratória, um homem de 49 anos abaixou as calças para provar que não carregava nada. Fora a confusão armada, que foi parar na polícia, o mais curioso é que o motivo de todo o problema pode ter sido o alumínio presente em embalagens de preservativos (leia mais abaixo).

A confusão começou por volta das 14h30 na agência localizada no cruzamento entre a rua Xingu e a avenida Duque de Caxias. O churrasqueiro Alexandre Luís Beiesdorf Palacio teria ido até a unidade para consultar se teria direito a um benefício trabalhista, porém, não passou da porta giratória do local.

“Eu tentei entrar, mas a porta travou e o alarme tocou. Mostrei que não estava com nada, mas, mesmo assim, eles insistiram. Mostrei que não tinha nada na minha bolsa e que a única coisa que eu tinha de metal eram minhas chaves e umas moedas”, contou Alexandre Palacio.

Segundo o churrasqueiro, que mora em Bauru há cinco anos depois de ter trazido o filho para fazer tratamentos médicos na cidade, os vigilantes insinuaram que ele estaria armado. “Eu mostrei que não tinha nada. Sou trabalhador. Não sou bandido”.

Porém, ele afirma que, mesmo mostrando que não tinha nada, a porta continuava a travar. Foi quando “o sangue esquentou” e ele tomou uma medida drástica. Além de jogar no chão tudo que tinha em sua bolsa, ele abaixou as calças até os joelhos e levantou a blusa.

“Eu abaixei para mostrar que não carregava arma ou qualquer outra coisa. O guarda tinha dito exatamente isso: que eu poderia estar armado. Fiquei nervoso e fiz isso”, afirma Alexandre. 

No momento em que Alexandre abaixou suas calças, a agência estava lotada. Ele afirma que essa foi a única maneira de o deixarem entrar na agência. Porém, no local, funcionários do banco alegaram que a entrada foi liberada assim a bolsa do homem foi vistoriada.

Inconformado e dizendo ter passado por um enorme constrangimento, Alexandre acionou a PM. Cerca de meia hora depois, o homem ainda estava no local. Agora, felizmente, com as calças no lugar, porém, com todos seus documentos espalhados pelo chão.


Boletim de ocorrência

Policiais militares foram até a agência e orientaram que Alexandre Palacio fosse até a delegacia mais próxima caso quisesse fazer um boletim de ocorrência (BO) contra o banco. No começo da noite, ele foi até o Plantão da Polícia Civil, onde registou o caso por injúria.

Oficialmente, nenhum funcionário da agência da Caixa Econômica Federal que presenciou o fato quis conversar com a reportagem. 

Por meio da assessoria de comunicação, o banco informou que, na unidade onde o episódio ocorreu, “disponibiliza caixa coletora para depósito de objetos e que o vigilante da unidade agiu de acordo com as normas da área de segurança”.

Ainda por meio da assessoria, a Caixa disse que “esses equipamentos de segurança são utilizados pelo banco para impedir o acesso de pessoas armadas às agências, nunca para criar obstáculos ou constrangimentos”.


Camisinha de força

Após toda a confusão, que foi parar até na polícia, restou a pergunta: o que teria “travado” a porta e impedido a entrada do homem na agência bancária. A resposta possível é quase que inacreditável: preservativos.

Segundo funcionários da agência, o alumínio presente nas embalagens de preservativos pode ter sido identificado pelo sensor de metais da porta giratória. Espalhados pelo chão, juntamente com vários documentos, havia realmente muitos preservativos que eram carregados na bolsa de Alexandre Palacio.

Ele, entretanto, estava incrédulo em relação a essa justificativa. “Onde já se viu não poder entrar por conta de camisinhas”. Ao ver a chegada de uma idosa na agência, o homem ainda ironizou o fato: “cuidado, hein, senhorinha! Se a senhora estiver com camisinha, não pode entrar”.

A reportagem consultou um engenheiro eletrônico de uma fábrica de detectores de metal na Capital. Ele confirma que, dependendo da tecnologia empregada no equipamento, o alumínio do preservativo pode ter sido o que motivou o problema.


Segurança

“Além do alumínio das embalagens de preservativo, pode-se identificar até aqueles blisters (cartelas de medicamentos). Mas tem máquina que, calibradas de forma correta, não travam nem com uma latinha de alumínio”, relata o engenheiro Alberto Soares, que trabalha há 25 anos no ramo.

A Caixa Econômica Federal não confirma que os preservativos tenham “travados” a porta. Mas diz que “botas, bolsas ou cintos podem bloquear o acesso” e que “os objetos de metal são identificados pela porta giratória para a segurança de todos”.

Fonte:JCnet

comentários
Folha de Ibitinga
Conheça um pouco mais sobre nós.

leia mais
redes sociais Acompanhe-nos em nossas redes sociais.
whatsapp (16) 98135-4546

Todos os direitos reservados © Folha de Ibitinga 2025 - contato@folhadeibitinga.com.br - telefone: (16) 98135-4546