As faculdades de medicina das regiões de Ribeirão Preto e Araraquara foram vítimas de uma quadrilha especializada em fraudar vestibulares e que tem como líder um médico que contava com a ajuda de estudantes.
A informação é do delegado Nelson Edilberto Siqueira da Polícia Federal de Araraquara, responsável pela operação Arcano que resultou na prisão de 11 pessoas nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Pará, Piauí, Goiás e Tocantins. "Não vamos divulgar os nomes das instituições para elas não serem identificadas", diz o delegado.
Uma mulher de 51 anos, moradora de Ituverava, foi presa pelos federais de Ribeirão Preto. Ela é suspeita de agenciar os interessados em pagar até R$ 60 mil para ter acesso ao gabarito das provas. Quem teve contato com a mulher garante que a aparência dela é de uma senhora calma. "Este é o perfil do estelionatário. Ele tem que convencer a pessoa e a aparência é fundamental na hora do convencimento", alerta o delegado.
Segundo ele, a mulher fazia a propaganda das "fraudes" e depois de captar o cliente repassava o nome dele para o grupo.
Ele diz ainda que ela é suspeita de integrar a quadrilha há um ano. O grupo pode estar agindo há 10 anos em sete Estados e tinham como alvo 13 faculdades particulares. Uma pessoa fazia a prova e saía antes do término para passar os resultados às pessoas que "comprovam" a prova. Cada fraudador resolvia uma matéria para resolver e depois o gabarito era repassado por um aparelho eletrônico (chamado ponto, semelhante ao usado em tevês) ao vestibulando.