O Enem será reaplicado aos estudantes prejudicados pelos erros nas provas no dia 15 de novembro. A decisão foi tomada nesta terça-feira (23) pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, que escolheu a data, pois já está fora do período letivo com o objetivo de não prejudicar novamente os alunos.
Até o momento, o Ministério da Educação identificou 2.817 estudantes que foram prejudicados por erros de impressão nas provas aplicadas no dia 6 de novembro.
Vazamento de informações
Esta semana um casal foi indiciado pela Polícia Federal por ter vazado informações do Enem. Eles têm cerca de 20 anos de magistério, os dois são professores concursados da rede municipal desde 2004.
Segundo nota divulgada pela Polícia Federal, em 7 de novembro, segundo dia de provas do Enem, a professora, que estava aplicando a prova, teve acesso a um texto de apoio da redação, depois que abriu um caderno de provas destinado a deficientes visuais. De acordo com a polícia, em depoimento, ela contou que, cerca de duas horas antes do início do exame, ligou para a casa de sua sogra, falou com o marido e passou o tema – "O trabalho e a escravidão" – que havia lido.
O marido, então, teria feito uma pesquisa na internet e avisado o filho, que estava em Petrolina (PE). O candidato consultou professores que estavam no local de prova, perguntando como escrever sobre o assunto.
O caso foi denunciado por um professor que conversou com o filho do casal.
Segundo a Polícia Federal, o tema passado pela professora fazia parte apenas de um dos textos que poderiam servir de base para os estudantes. O tema efetivo da redação era "O trabalho na construção da dignidade humana".
O MEC disse que o filho do casal deve ser eliminado do Enem. Para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia ligada ao MEC que organiza a prova, o sigilo da redação foi mantido, porque o candidato teve acesso a apenas um dos textos de apoio e não houve vazamento do tema principal.
As investigações da Polícia Federal foram encerradas nesta terça-feira (23). O inquérito já foi encaminhado à Justiça Federal. A professora e o marido foram indiciados por violação de sigilo funcional, de forma qualificada. Se confirmada a culpa, eles podem ser condenados a até seis anos de prisão.