Mais de 30 pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (19) acusadas de integrar quatro quadrilhas especializadas na exploração de jogo ilegal na região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

Segundo o promotor Flávio Okamoto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a chamada "Máfia dos Bingos" funcionava ao menos desde 2010 e contava com a colaboração de agentes públicos que se omitiam ou forneciam informações.

De acordo com a polícia, uma das quadrilhas faturava, sozinha, cerca de R$ 200 mil por mês. Máquinas de bingo, caça-níqueis e roletas foram apreendidas.

Questionado se o esquema poderia ter sobrevivido por dois anos sem o envolvimento de agentes públicos, Okamoto foi enfático. "Não consegue, é impossível", disse.

Além de Ribeirão, as quadrilhas também atuavam nas cidades de Batatais, Jardinópolis e Sertãozinho. Segundo a polícia, os criminosos alugavam imóveis para que as máquinas funcionassem apenas por alguns dias em cada local, como forma de burlar ações de fiscalização e apreensão.

Dos dez suspeitos de serem líderes, apenas um continua foragido. Ao menos dez mulheres foram presas, sendo duas acusadas de liderarem duas quadrilhas.

Quanto aos agentes públicos envolvidos, Okamoto afirmou que as investigações prosseguem e que já existem suspeitos, mas que "ainda é cedo para falar [quem são]".

Os presos serão encaminhados ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Ribeirão Preto e à cadeia feminina de Cajuru (298 km da capital paulista).

Eles devem responder por crime contra a economia popular, falsificação de documentos e formação de quadrilha.

Folha Press