A araraquarense Mariana Gerep de Morais, de 29 anos, passou pelo primeiro transplante de ovário no país. Durante a cirurgia, ela recebeu parte de um dos ovários da sua irmã gêmea, Elisa Gerep de Morais.
Quando tinha 19 anos, Mariana teve falência ovariana precoce, perdendo toda a atividade hormonal e a possibilidade de engravidar. E é essa impossibilidade que a cirurgia - realizada em um hospital de Maringá (PR), no último sábado - espera reverter.
A técnica utilizada durante o transplante foi desenvolvida pelo pesquisador e médico ginecologista Carlos Gilberto Almodin, que teve de esperar 12 anos para colocar em prática o procedimento. "Apesar do transplante ter sido realizado com êxito em vários países, minha equipe nunca havia conseguido colocá-lo em prática aqui, por não termos encontrado ninguém que necessitasse dessa intervenção cirúrgica", diz Almodin.
Diante da impossibilidade de sua irmã engravidar, Elisa disse que chegou a propor à Mariana a chamada "barriga de aluguel", uma das técnicas de reprodução assistida. "Estava disposta a fazer o que fosse possível, para que a minha irmã realizasse o sonho de ser mãe", conta Elisa.
Persistência
A mãe das gêmeas, a dona de casa Mariluce Gerep de Morais, confessa que sua filha chegou a consultar mais de dez médicos para procurar uma solução para seu problema. "Mesmo assim, ela não desistiu", diz Mariluce.
E a dedicação de Mariana surtiu resultado. Enquanto fazia algumas pesquisas na internet, descobriu que o método desenvolvido pelo pesquisador paranaense havia sido aplicado com sucesso em cirurgias fora do País.
"Ela entrou e contato com o doutor Almodin e se colocou à disposição para ser a primeira pessoa do Brasil a receber um ovário transplantado", conta a Mariluce, que então espera por uma outra boa notícia. "Agora, é torcer por um netinho", afirma a mãe das gêmeas.
A Cidade