Um estudo concluído em 2012 aponta que a parte do Aquífero Guarani localizada na área central de Ribeirão Preto baixou 70 metros nos últimos 80 anos. O mesmo levantamento também mostra que a situação se tornou mais crítica nos últimos dez anos, período em que o reservatório baixou 10 metros, em uma média de um metro por ano.
Ribeirão Preto já utilizou 3,15 bilhões de m³ de água do reservatório desde que começou a explorá-lo, em 1930. "Atualmente, Ribeirão Preto retira 90 milhões de m³ de água por ano do Guarani. Isso é muito mais do que a natureza consegue repor", explicou o professor Edson Wendland, da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, responsável pelo estudo ‘Desenvolvimento de Modelo Numérico para Gerenciamento de Recursos Hídricos Subterrâneos na Área do Projeto Piloto de Ribeirão Preto’.
Mais fundo
O professor da USP alertou que a captação vai ficando mais complicada conforme a profundidade aumenta. "Quanto mais profundo for o poço, mas cara é a tecnologia para utilizar a água", lembrou.
Segundo o professor Wendland, o estudo foi baseado em um modelo de simulação numérica. "Para apontar o consumo de água, usamos a evolução dos números dos censos demográficos divulgados ao longo dos anos pelo IBGE", explicou.
O estudo completo será apresentado no dia 28 de setembro, às 9 horas, no auditório do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), em Ribeirão Preto (Rua Olinda, 150). O levantamento foi bancado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), da secretaria estadual de Saneamento e Recursos Hídricos.
Bacia do Pardo
O estudo feito pela USP também constatou que em alguns pontos, o Aquífero Guarani esta captando água da Bacia do Rio Pardo. O normal seria exatamente o contrário.
"As áreas de recarga não estão suprindo o tanto que é gasto", disse Carlos Eduardo Nascimento Alencastre, gerente regional do DAEE, que teve acesso à parte da pesquisa.
De acordo com Alencastre, a situação atual pode ser um pouco mais grave do que apresenta o levantamento. "É importante lembrar que os números do estudo foram captados entre 2009 e 2010 para serem computados nos dois anos seguintes", lembrou o gerente do DAEE.
A Cidade