A Polícia Civil investiga vazamento na Internet de vídeo íntimo de uma adolescente de 16 anos, moradora de Iacanga (50 quilômetros de Bauru). Dois jovens, de 16 e 18 anos, foram identificados e confessaram compartilhamento da imagem. Eles irão responder por pedofilia. Outras cinco pessoas, que fizeram comentários pejorativos sobre a vítima nas redes sociais, serão intimadas nos próximos dias e também poderão responder criminalmente.

O nome da menina será preservado em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O vídeo íntimo que passou a circular na Internet em julho foi gravado por ex-namorado da adolescente quando ela tinha 14 anos. Quando soube que as imagens haviam se tornado públicas, a menina registrou boletim de ocorrência e inquérito foi instaurado para apurar o caso. O ex-namorado dela, também de 16 anos, prestou depoimento e negou vazamento do material.

“Continuando as investigações, soubemos que um rapaz, conhecido dela, fez perfil falso na Internet no nome de uma mulher e colocou nesse perfil falso um link com o vídeo da menina”, revela o delegado Marcelo Bertoli Gimenes, que responde pelo expediente da delegacia de Iacanga. “Ele também criou o blog ‘Safadinhas de Iacanga’ e colocou o vídeo da menina nesse blog”.

Segundo Gimenes, o jovem, de 18 anos, confessou ter compartilhado as imagens. “Ele vai ser indiciado pelo crime de pedofilia, por distribuir vídeos pornográficos envolvendo crianças e adolescentes”, diz.

A pena nesses casos varia de 3 a 6 anos de prisão. No fim de semana, adolescente de 16 anos postou link do vídeo no seu Facebook. Ele foi identificado e também irá responder por pedofilia.

Orientação e controle

Para evitar que os filhos passem por situação semelhante, o delegado orienta os pais a ficarem atentos. “Assim que der um celular ou tablet de presente para a criança ou adolescente, eles devem fazer a recomendação: não tire fotos ou faça filmagens sem roupa ou em situações constrangedoras”, alerta. “O ideal é conversar e explicar as consequências”.

Ele reforça ainda a importância do monitoramento. “O correto é que os pais detenham as senhas de acesso dos filhos às redes sociais, como Facebook. Proibir que crianças tenham o dispositivo, eles não vão conseguir. Mas tem que controlar, tem que ser monitorado”, diz. “Eles têm que pensar que isso está sendo feito para preservar a reputação da criança”.

Comentários e punição

De acordo com o delegado de Iacanga, cinco pessoas que fizeram comentários pejorativos sobre a adolescente nas redes sociais onde o vídeo íntimo estava disponível também já foram identificadas e poderão responder criminalmente. Entre as postagens, estão frases como “Tão linda mas sem valor” e “Sua atitude determina sua altitude”.

“A menina está muito abalada do ponto de vista psicológico”, conta.  “Nós estamos intimando essas pessoas e elas vão responder por difamação, injúria ou por outro crime, que é possuir filme pornográfico em dispositivo de informática”, declara. A pena para este último crime varia de 1 a 4 anos de prisão em caso de condenação.

JCnet