O número de ações de busca e apreensão de veículos em Ribeirão Preto subiu 25% em 2012 na comparação com 2011.

De acordo com dados compilados pelo Insituto de Economia da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), com base no Cartório Distribuidor do Fórum local, em 2011 deram entrada 2.038 ações ante 2.596 no ano passado, de janeiro a novembro.

Para Vicente Golfeto, diretor do intituto, os números são um ‘sinal amarelo’ para a economia e indicam que o consumidor chegou no seu limite de endividamento. "Com o incentivo do IPI e sem controle das finanças, ocorreu uma assimetria e consumidor deixa de pagar as contas gradativamente, como tarifas públicas, varejo e prestação de carros", avalia.

O número de ações que tramita no fórum não quer dizer que todos os carros serão recolhidos. "Os números equivalem às ações distribuídas e há vários recursos judiciais", explica Fernando Correa da Silva Filho, especialista em Direito Contratual. Na média, até que o carro seja levado a leilão pela financeira, que é o último recurso, o reescalonamento da dívida e as negociações são da ordem de 35%.

O professor da FEA/USP em Ribeirão Preto, Marcos Fava Neves, acredita que a taxa de crescimento da inadimplência seja reflexo da retração da economia e que em 2013 a situação começa a se estabilizar com crescimento previsto de 3%.

"Em Ribeirão, a situação deve estar ainda mais controlada que em outras regiões, porque dependemos do agronegócio, que vai bem e deve continuar assim, o que não afeta o consumo", observa. Ele acredita que a melhora significativa nos índices da inadimplência deve ocorrer em 2014.