A Delegacia de Defesa da Mulher investiga um caso que teria ocorrido dentro da Escola Estadual Maria Aparecida dos Santos Oliveira. De acordo com boletim de ocorrência registrado por mães de alunas na última sexta-feira (3), as filhas foram obrigadas por uma coordenadora da escola a tirarem as calças para ver se alguma delas estava menstruada. O motivo seria uma mancha de sangue encontrada dentro do banheiro feminino. O inquérito deve ser concluído em até 30 dias.
Segundo o delegado que acompanha o caso, Márcio Leandro Moreto, nos próximos dias serão ouvidos pais, alunos e funcionários da escola, entre eles, a coordenadora. “A de verificar o que realmente foi feito. Ela pode responder de um constrangimento ilegal e, até se for o caso, de um crime de tortura”.
Os pais pedem para que a funcionária pública seja afastada do cargo. “Eu quero Justiça porque ela é uma criança. Ela não tinha esse direito de fazer isso. Quero que ela saía da escola. Porque se ela fez isso hoje, o que ela pode fazer amanhã”, disse uma das mães das alunas.
Já o Conselheiro Tutelar, Luiz Gustavo Cheneri, afirmou que durante uma reunião com os pais, alunas e funcionários da escola, a coordenadora negou que pediu para as crianças tirarem as calças. “Se ela realmente fez houve exagero e não poderia ter feito dessa forma e expor as crianças nesse sentido. Mas também vai o alerta aos pais de educarem as crianças para que isso não aconteça”, finalizou.
A avó de uma das meninas que teria passado pelo constrangimento na escola confimou a história da neta. “A menina chegou e disse que a coordenadora mandou todas para uma sala e mandou descer a calça para ver se elas estavam menstruadas”, contou a mulher, que preferiu não se identificar.
As crianças informaram aos pais que a funcionária da escola teria obrigado cerca de 15 meninas, com idades entre 10 e 12 anos, a irem para uma sala fechada, onde tiveram que tirar a roupa para mostrar se estariam usando absorvente íntimo. Elas teriam ficado durante uma hora na sala e o suposto constrangimento só teria parado após uma das alunas passar mal. Versão confirmada pelas estudantes. “Elas falaram que não queriam e que era para chamar as mães”, relatou uma jovem.
Nenhum funcionário da escola comentou o caso. Em nota, a Secretaria de Educação do Estado informou que abriu sindicância para apurar o que realmente aconteceu e pediu o acompanhamento do Conselho Tutelar. Disse ainda que vai aguardar o resultado das investigações para se pronunciar.
G1