A Polícia Federal apreendeu ontem mais US$ 172,662 mil que estavam escondidos no capô da Hilux SW4, onde tinham sido encontrados outros US$ 336,360 mil anteontem à noite. No total, o montante apreendido soma agora US$ 512,122 mil, o equivalente a R$ 1,014 milhão. O dono do carro, A.M.L., 29 anos, e o casal ocupante L.D.S., 26 anos e C.O.P., 33 anos, permanecem presos.

Tudo teve início com uma abordagem de rotina feita pela Polícia Militar Rodoviária de Agudos por volta das 16h20 de anteontem, na base localizada no quilômetro 314 mais 900 metros da rodovia Marechal Rondon, sentido Capital-Interior.

Conforme apurado junto ao comandante da operação, 3º sargento Reginaldo Ângelo Amorim, a Hilux de placas EQX 9900, de Ponta 

Porã (MS), estava com algumas partes do porta-malas desencaixadas. A suspeita de que algo ilícito estava escondido nessas partes aumentou porque o automóvel é blindado.

Os ocupantes do carro foram questionados sobre a existência de drogas nestas partes do veículo, mas negaram. Os policiais iniciaram então uma busca minuciosa e encontraram o montante de US$ 336,360 mil dentro da lataria do porta-malas, portas e painel. O carro e o trio foram apresentados à Polícia Federal de Bauru ainda anteontem e na ocasião também foram apreendidos oito aparelhos celulares.

Inquérito

De acordo com a delegada da Polícia Federal, Ana Carolina de Freitas Gholmie, que preside o inquérito, A.M.L., 29 anos, proprietário da Hilux, teria afirmado em depoimento que conseguiu o dinheiro com um homem que se apresentou como representante de uma casa de câmbio em São Paulo. Em seguida esse montante seria levado para outra casa de câmbio no Paraguai.

“Ele não tinha qualquer tipo de autorização de órgão federal competente para a retirada desses valores do país. Ele afirmou que teria pego informalmente esse valor, de um responsável de uma casa de câmbio e que levaria para uma casa de câmbio no Paraguai”, explicou a delegada.

A.M.L. teria se apresentado como empresário na Polícia Federal. Já C.O.P., 33 anos, disse inicialmente ser funcionário de A.M.L., no entanto, posteriormente, foi apurado que ele é comerciante em Ponta Porã. A jovem L.D.S., namorada de C.O.P., afirmou não saber a origem do dinheiro.

A delegada afirma que a investigação ainda está “nebulosa”, portanto, ainda não definiu uma linha a ser seguida, já que o caso não é comum. “Não é nada normal transportar essa grande quantidade de moeda estrangeira na lataria de um veículo. Ainda não sabemos qual a finalidade desse dinheiro. Estamos investigando”, finalizou.

O automóvel segue apreendido na Polícia Federal de Bauru e será periciado. Os dois homens presos foram encaminhados ontem para o Centro de Detenção Provisória de Bauru (CDP) e a mulher, para a Cadeia Feminina de Avaí.

Como se trata de um flagrante de crime financeiro envolvendo moeda estrangeira, o caso já foi encaminhado para a Justiça Federal. Até ontem, conforme apurado pelo JC, o advogado dos acusados não tinha entrado com o pedido de habeas corpus. Agora esse procedimento só poderá ser feito perante a Justiça.

JCnet