Ibitinga, Segunda, 21 de Abril de 2025
Justiça determina retirada de famílias assentadas em fazenda de Gália
Dono do local não concordou com valor de desapropriação. Incra afirma que vai recorrer no Superior Tribunal de Justiça

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) terá que retirar 81 famílias assentadas há anos em uma fazenda, em Gália (SP). O dono da área não concordou com o valor pago pelo governo federal durante o processo de desapropriação para fins de reforma agrária e recorreu à Justiça Federal.

Uma decisão da Justiça manda as famílias deixarem a área. Já a imissão de posse da fazenda a favor do proprietário saiu em outubro do ano passado. O Tribunal Regional Federal deu prazo de dez dias para que o Incra retire as famílias do local. Já o Incra afirma que irá recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça e que o prazo só passará a contar a partir da notificação.

"A gente foi pego de surpresa porque as famílias já começaram os investimentos na área de plantação, casa. Então é uma situação bastante complicada para nós que estamos morando na área", avisa o produtor rural, Ângelo Mazin.

O Tribunal Regional Federal, em São Paulo, entendeu que há discordância no valor estipulado pelo Incra. Por unanimidade, os desembargadores decidiram atender parcialmente ao pedido da empresa até que o valor da propriedade seja definido, atualizado e homologado pelo Incra. As famílias que estão no acampamento vivem da agricultura e da criação de animais. Elas esperam que uma nova decisão seja tomada e que não precisem deixar os lotes.

"É muito complicado e nós estamos com disposição de não sair na verdade. Porque é um descaso muito grande e a gente não tem disposição de sair mesmo com a decisão judicial", enfatiza o produtor rural, Márcio José dos Santos.

O produtor rural Paulo César Pitana gastou todas as economias para construir um barraco e fazer uma pequena plantação de milho no local. Agora, ele teme perder o investimento de R$ 6 mil. "Tudo que eu tinha fiz um investimento. Isso é o sonho da gente. E é uma coisa muito complicada ter que sair daqui. A gente tem um projeto, tem uma vida aqui dentro desse pedacinho de terra", diz.

G1

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