O corte de seis árvores de uma praça no centro de Taquaritinga (334 km de São Paulo) provocou manifestações de moradores e a instauração de inquérito pelo Ministério Público contra a prefeitura local. A Promotoria quer saber se houve dano ambiental com a ação.
O plano é cortar outras 12 árvores e construir um calçadão ligando o espaço público com o quarteirão onde fica uma faculdade particular.
O objetivo da revitalização no local é acabar com a violência em crescimento na praça, segundo a versão da administração municipal.
As primeiras seis árvores da praça Doutor Horácio Ramalho foram cortadas pela prefeitura na segunda-feira (6).
As fotos desses cortes geraram protestos e o início de uma organização por meio do site de relacionamentos Facebook, ainda naquele dia.
Na terça (7) de manhã, quando as raízes ainda eram retiradas por funcionários da prefeitura, cerca de dez pessoas se reuniram na praça para protestar contra o corte.
"As árvores são muito antigas. Tem gente que diz que são centenárias", afirmou a midialivrista Letícia Pocaia, uma das manifestantes.
Ela e outra manifestante, Fernanda Juliana, rejeitam a versão oficial de que o corte tem o objetivo de melhorar a segurança da praça, ao torná-la mais iluminada.
"Nunca achei ela escura", contou Juliana, que afirma desconhecer atos de violência na praça Horácio Ramalho.
A promotora Daniela Baldan Rein instaurou inquérito na terça para investigar possíveis danos ambientais e pretendia notificar a prefeitura ainda nesta quarta-feira (8).
A iniciativa foi tomada a repercussão alcançada com os protestos.
Daniela não quis falar com a Folha nesta quarta-feira sobre o assunto porque ainda não houve tempo para o início das apurações da Promotoria.
'PROTESTO POLÍTICO
O diretor de imprensa da Prefeitura de Taquaritinga, Guilherme Paulucci, confirmou que a prefeitura dará andamento no projeto de derrubar outras 12 árvores e construir o calçadão ligando a praça ao outro quarteirão.
Segundo ele, o protesto é um fato isolado e tem motivações políticas.
"Nós temos todos os laudos necessários para apresentar à Promotoria e à Polícia Ambiental", disse.
Ele afirmou ainda que o calçadão é uma maneira de revitalizar a praça e que serão plantadas árvores de pequeno porte que não comprometam a estrutura do local.
Folha de São Paulo