Três criminosos e um modo diferente de agir. Um deles visita o local dias antes do crime na companhia de uma suposta namorada, dizendo estar em busca de alianças. Mal intencionado e aproveitando-se da receptividade do joalheiro, o homem retorna quatro dias depois, dessa vez acompanhado por um comparsa. Munida de uma arma, a dupla anuncia o assalto, amarra o joalheiro e foge levando cerca de 100 peças de ouro, avaliadas em mais de R$ 40 mil.
A situação é descrita pelo irmão da vítima, que, inclusive, é cabo da Polícia Militar (PM) e pediu para não ser identificado. O assalto ocorreu ontem em uma joalheria localizada na quadra 13 da rua Araújo Leite, no Centro de Bauru.
O roubo
O fato aconteceu por volta das 9h15, minutos após o joalheiro, que estava sozinho no local, abrir as portas do estabelecimento para mais um dia de trabalho.
Acompanhado do comparsa, o bandido teria batido na porta de vidro da joalheria pleiteando a entrada para a compra de joias. Após minutos de conversa e pesquisas de preço com o joalheiro, o comparsa do falso cliente, segundo o relato do policial militar, teria apontado o revólver calibre 38 para a vítima anunciando o assalto.
Rendido, o joalheiro, de 56 anos, que teve a identidade preservada por questões de segurança, foi levado para uma sala onde costuma realizar o conserto de joias.
Nesse mesmo local também estaria um cofre com envelopes contendo brincos, pulseiras, anéis e correntes de ouro dos clientes. Lá, a vítima teve os braços amarrados com fitas adesivas.
Enquanto os bandidos faziam a “limpeza” na joalheria, a vítima teria escutado um terceiro homem, do lado de fora, apressando a ação.
Após deixarem o interior do estabelecimento com os produtos do roubo e com os telefones da vítima e da loja, os assaltantes fecharam a porta de aço do local, dificultando a saída do joalheiro, que, minutos depois, conseguiu se desamarrar e pedir ajuda para vizinhos, que acionaram a polícia.
“Ele não se feriu, mas está muito assustado. É o terceiro assalto em oito anos”, comenta o cabo da PM.
Um dos suspeitos foi descrito como uma pessoa branca, alta e que teria uma tatuagem colorida no lado direito do pescoço.
Desfecho
O local possui câmeras de segurança, mas os equipamentos estavam desligados no momento da ação. As fitas adesivas utilizadas para amarrar a vítima foram recolhidas e encaminhadas para a perícia técnica.
O estabelecimento ficou fechado ontem durante todo o dia e a PM realizou diligências na tentativa de encontrar os acusados, mas até o fechamento desta edição ninguém havia sido preso.
Conforme o delegado plantonista Frederico José Simão, o caso seguirá em investigação na Central de Polícia Judiciária (CPJ).
Mais do mesmo
Em setembro de 2007, a mesma joalheria, inaugurada em meados de 1983 na cidade, passou por uma situação semelhante. Um casal, na época com 28 e 33 anos, também simulando estar interessado em comprar joias, assaltou o local.
No entanto, o joalheiro reagiu e os bandidos acabaram presos antes de fugirem com peças avaliadas em R$ 18 mil. Na ocasião, houve luta corporal e a vítima teve vários ferimentos na cabeça. O desfecho da história só foi possível por conta de vizinhos que acionaram a PM, após escutarem o barulho da briga.
Jc net