Após denúncia feita pelo presidente da Câmara de Iacanga (50 quilômetros de Bauru), o Ministério Público (MP) instaurou inquérito civil para apurar supostas irregularidades por parte da agência do Banco do Brasil (BB) na cidade que, desde março, restringiu o horário para saques e depósitos em seus terminais de autoatendimento. Na ocasião, a instituição informou que a medida foi adotada para evitar ataques de criminosos, exatamente como o que ocorreu em setembro do ano passado.

 

Conforme divulgado pelo JC, no final de abril, o presidente do Legislativo de Iacanga, Antônio Carlos de Almeida (PT), o Totonho Garcia, protocolou representação no MP em Ibitinga criticando o que chamou de “conduta omissa” do banco. 

 

De acordo com ele, a agência do BB na rua Nove de Julho não estaria disponibilizando cédulas para os clientes em seus caixas eletrônicos nos dias de semana, a partir das 17h, e nos finais de semana e feriados.

 

O parlamentar diz que a restrição, além de ser ilegal, está causando transtornos a moradores e visitantes e prejudicando a economia local. Na representação entregue à Promotoria, ele pede que o Banco do Brasil seja punido administrativamente e judicialmente e obrigado a ampliar os horários de saques na cidade. Após receber ofício da gerência do banco em Iacanga, o promotor Sílvio Brandini Barbagalo decidiu abrir inquérito civil para apurar o caso.

 

De acordo com ele, as informações prestadas foram superficiais e não vieram acompanhadas de documentos. “Eles me passaram informações de algumas portarias que eu não consegui, no Banco Central, ter acesso”, revela. “Inclusive, mencionam na resposta que ampliaram os valores e horários, mas não trouxeram portaria. São informações vagas.”

 

O promotor explica que o inquérito busca colher dados para que ele possa avaliar se a instituição está ou não desrespeitando os direitos dos consumidores. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Superintendência São Paulo Oeste do Banco do Brasil, mas, até o fechamento desta edição, o órgão não havia dado retorno. 

 

 

Em entrevista recente, o Banco do Brasil informou que segue uma resolução do Banco Central que permite que instituições financeiras definam seu horário de funcionamento e, inclusive, suspendam o atendimento em casos de riscos à segurança de funcionários e clientes.

 

A instituição ressaltou ainda que o aumento dos ataques com explosivos aos caixas eletrônicos motivou mudança no horário de funcionamento das agências em algumas cidades com maior risco de ocorrências.

No dia 26 de setembro do ano passado, quadrilha fortemente armada explodiu quatro caixas eletrônicos da agência do Banco do Brasil de Iacanga e atirou contra um policial militar, que teve ferimentos leves.