Ibitinga, Segunda, 21 de Abril de 2025
Ação do MPT pede suspensão de voos da Passaredo Linhas Aéreas em Ribeirão
Medida valerá caso empresa não pague salários atrasados de funcionários. Companhia de Ribeirão Preto deixou de depositar vencimentos de fevereiro

O Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com uma ação civil pública contra a Passaredo Linhas Aéreas, com sede em Ribeirão Preto (SP), pedindo a suspensão imediata de voos da companhia, caso a empresa deixe de pagar integralmente os salários de seus funcionários. Segundo o MPT, a Passaredo tem remunerado seus empregados há alguns meses com o salário dividido em parcelas, pagas sempre após o 5º dia útil do mês. De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), os vencimentos da maioria dos comissários de bordo, pilotos e copilotos, que deveriam ter sido quitados até o dia 7 de março, não foram depositados.

A Passaredo encontra-se em processo de recuperação judicial desde abril de 2013, e possui uma dívida de mais de R$ 150 milhões. O passivo tem previsão para ser sanado em 15 anos. Procurada pelo G1, a companhia não se manifestou sobre o caso até a publicação desta matéria.

Na ação - que corre na 5ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto, o MPT pede liminarmente que o pagamento de todos os areonautas seja feito até o 5º dia útil de cada mês. Em caso de descumprimento da obrigação, o ministério sugere a suspensão imediata das atividades aéreas da companhia, sob a justificativa de que sem remuneração adequada, "o abalo psicológico dos trabalhadores aeronautas acarreta potencial risco de acidente aéreo." Como alternativa à suspensão dos voos, o MPT sugere aplicação de multa de R$ 5 mil por dia, multiplicada por cada trabalhador prejudicado. A ação fixa ainda um valor de R$ 230 mil a serem pagos por danos morais coletivos.

A procuradora Cinthia Passari von Ammon relata na ação que os atrasos salariais trazem impactos negativos à estabilidade emocional dos funcionários da empresa, o que, segundo ela, pode gerar graves consequências.

“Tal instabilidade de fluxo de pagamento de salário acarreta desestabilização na psique dos empregados, principalmente nos aeronautas, premidos pelas necessidades cotidianas e acuados diante da possibilidade de, embora laborarem, não receberem, integralmente e no prazo legal, a contrapartida que lhes cabe, o que fere a dignidade da pessoa humana. Certamente o aeronauta que trabalha e não tem qualquer previsibilidade se e quando vai receber seu salário, encontra-se abalado psicologicamente, potencializando os riscos de acidentes aéreos”, justifica.

Sem resposta
G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Passaredo, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

Recuperação judicial
Em outubro de 2012, a Passaredo Linhas Aéreas entrou com um pedido de recuperação judicial. Na época, a Passaredo atribuiu a crise às dívidas por causa do alto preço do combustível, do atendimento de demandas regionais e uma "concorrência predatória" em sua base de Ribeirão Preto.

Seis meses depois, os credores da empresa aprovaram um plano de recuperação judicial para renegociar uma dívida superior a R$ 150 milhões. Eles acordaram uma estratégia de reestruturação para sanar o passivo em até 15 anos. O plano, que segundo a empresa é o primeiro aprovado para uma companhia aérea desde a promulgação da nova Lei de Falências, está protocolado na 8ª Vara Civil de Ribeirão Preto.

 

G1

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