A prefeitura de Iacanga (50 quilômetros de Bauru) instaurou processo administrativo para apurar suposta falsificação de diploma por homem aprovado em recente processo seletivo para professor. O caso foi denunciado por uma vereadora na última sessão da Câmara. Ao ser questionado pelo Executivo sobre a veracidade do documento, o docente pediu demissão do cargo.

 

A vereadora Sergia Maria Moreira Machado Albano (PcdoB), que também é professora da rede municipal de ensino, conta que recebeu denúncia informando que um professor, aprovado em processo seletivo no final do ano passado, teria apresentado diploma falso no ato da contratação.

 

O JC apurou que o docente é R.L.G. (apenas as iniciais serão divulgadas pelo fato do caso estar sob investigação), classificado em segundo lugar no processo seletivo da prefeitura para Professor de Ensino Fundamental I do Ciclo I. A convocação para a atribuição das classes e aulas ocorreu em janeiro.

 

Na sessão de 17 de março, por meio de requerimento verbal, Sérgia pediu que o secretário de Educação de Iacanga, Valdir de Carli, fosse convocado para esclarecer os fatos. Na tribuna, a vereadora requereu ainda a apresentação dos documentos de todos os docentes contratados pelo município neste ano e sugeriu que teria havido “apadrinhamento”.

 

 

Sérgia informou nesta quarta-feira (19) que também irá protocolar requerimento na Câmara solicitando informações sobre o processo administrativo. “Isso (suposta falsificação) põe em questão até o processo seletivo. Como uma pessoa que não é apta consegue passar nesse processo seletivo. Será que não houve falcatrua?”, questiona.

 

“Ele chegou a dar aula, colocando em risco até as crianças porque uma pessoa despreparada não sabe como agir em sala de aula. As crianças correram risco. E se acontece alguma coisa com esses alunos? Como é que fica a situação da mãe que coloca o seu filho nas mãos de um profissional despreparado?”.

 

 

O procurador jurídico da prefeitura de Iacanga, Alexandre Abdala, informou que foi aberta sindicância administrativa para apurar o que aconteceu. Segundo ele, a suposta falsificação do diploma foi descoberta há cerca de uma semana, durante consulta a sistema online que permite saber se o professor estudou em determinada instituição de ensino. “A diretora da escola, ao consultar, viu que ele não tinha cursado”, revela. O fato foi comunicado ao secretário de Educação, que pediu a instauração de processo administrativo. Ao saber da suspeita da administração, o docente, que mora em outra cidade, pediu exoneração do cargo.