Ibitinga, Domingo, 20 de Abril de 2025
38% dos professores já sofreram agressão na região de Araraquara
Segundo a Apeoesp, uma reclamação por semana é recebida em média. Secretaria de Educação afirma que adota medidas contra a violência

Um levantamento do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) de Araraquara(SP) apontou que cerca de 38% dos professores já sofreram algum tipo de agressão. De acordo com o diretor do sindicato na cidade, Ariovaldo de Camargo, em média, um professor procura a entidade por semana. A Secretaria de Educação do Estado informou que adota medidas para enfrentar a violência.

O levantamento foi realizado a partir de um questionário entregue a 2,1 mil professores, entre dezembro 2013 e janeiro deste ano. Do total, 798 apontaram que já sofreram algum tipo de agressão física ou verbal. Contudo, a maioria das vitimas de violência não registram boletim de ocorrência, segundo a pesquisa do sindicato. "A escola não é uma ilha, ela retrata aquilo que a gente tem visto na sociedade em geral e tem sido constante o aumento da violência”, disse Camargo.

A professora Isabel Cristina Sampaio de 50 anos morreu, em 2012, de infarto após uma discussão com um aluno em uma escola no Jardim Imperador, em Araraquara. De acordo com o filho dela, Adriano Sampaio Massei, Isabel reclamou cerca de 20 vezes para a diretoria da escola sobre o comportamento do estudante, mas nenhuma atitude foi tomada.

“Ele começou a agredir a minha mãe com ponta pés, socos, arranhões e até uma cadeira. Chamaram o socorro e levaram ela para uma sala para aguardar o atendimento médico, mas provavelmente ela já havia falecido dentro da própria escola”, relatou Massei. A Secretaria Estadual de Educação foi procurada pelo Jornal da EPTV para comentar o caso, mas não respondeu.

Falta de punição
Julieta Lui (foto) é professora da rede estadual em São Carlos (SP) e já foi agredida duas vezes por alunos. Na última um estudante da 7ª série atirou um borracha em seu rosto enquanto caminhava pelo corredor da escola. Ela denunciou o aluno e registrou um boletim de ocorrência. Para a policia, ele disse que a profissional o teria agredido com uma bengala, mas ela nega a acusação.

O estudante não foi punido pela escola e, para ela, isso contribui para aumentar a violência. "A impunidade tem servido muito para que a gente possa ser agredida diariamente. Infelizmente conheço e converso com os professores que estão chocados e, ao mesmo tempo, ficando doentes com essa situação”, contou.

O diretor do sindicato afirma que violência atinge o professor diretamente na sua autoestima, traumatizando o profissional. "Eu amo dar aula, mas ao mesmo tempo eu tenho muito medo e receio porque a gente não sabe de onde vem a agressão. É tanta impunidade que não sabemos de onde se defender", disse a professora Julieta.

Prevenção
Segundo a Secretaria Estadual de Educação, na região central existem 84 educadores treinados para agir preventivamente. Ela também destacou que o combate à violência deve ocorrer em várias frentes, envolvendo a comunidade escolar e a família.

G1

 

 

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