Uma planta aquática mudou a paisagem do rio Tietê nesta semana. Os aguapés tomaram conta das águas em Barra Bonita e Igaraçu do Tietê, cidades do interior de São Paulo. Até os pescadores, que retiram o sustento do rio, estão impressionados com o novo cenário.
De acordo com os especialistas, os aguapés aparecem nas águas do rio Tietê sempre que a temperatura sobe muito. As chuvas de verão também movimentam as águas e ajudam as plantas a se multiplicarem. Para o coordenador de recursos hídricos da Fatec de Jaú, é difícil controlar o problema a curto prazo.
“O aguapé causa uma série de problemas ao uso das águas. Além da pesca, que fica comprometida pela planta ficar presa nas redes, também fica prejudicada a navegação e, em caso mais extremos, as turbinas das hidrelétricas”, explica Jozrael Henriques Rezende.
A grande preocupação dos pescadores é que a proliferação exagerada de aguapés, que já ocorre em vários pontos do rio, gera um desequilíbrio ambiental enorme. Além disso, a planta cresce muito rápido, já que em uma semana praticamente dobra de tamanho e em um mês fica cinco vezes maior.
Durante a piracema, que vai até 28 de fevereiro, a pesca profissional está proibida já que é neste período que é feito a reprodução dos cardumes. Portanto, os pescadores só podem tirar da água os peixes para o sustento da família. Mas por causa do excesso de aguapés, eles temem a morte dos peixes, como já aconteceu em outros anos. “A gente pescava tranquilamente, mas agora não conseguimos mais fazer isso, já que o barco não anda e a rede não afunda”, afirma o pescador Geraldo Ramos. G1