Cinco minutos de chuvas de granizo e ventos de até 70 km/h foram suficientes para devastar a pequena cidade de Tabatinga na tarde de domingo (10). O prefeito decretou estado de calamidade.
Por volta das 16 horas, a cidade foi atingida por um temporal rápido, mas que deixou marcas profundas entre o Centro e a Zona Norte: mais de 300 árvores caídas sobre carros, casas e muros, postes de iluminação pública derrubados nas vias, centenas de casas destelhadas e ruas interditadas.
Os mais de 30 milímetros de chuvas com pedras de gelo alagaram e destelharam o Paço Municipal, que ficará fechado por pelo menos uma semana. Árvores caíram sobre carros oficinais e veículos de trabalho e danificaram ainda implementos do poder municipal.
Segundo o prefeito Rafael Jacob Camargo (DEM), alguns serviços e despachos foram transferidos para o escritório particular do diretor financeiro, mas a maior parte do atendimento está, por ora, suspenso.
Na Santa Casa, a chuva atingiu a Ala 1, que atende pacientes conveniados de planos de saúde. A água que entrou no local pelo teto e pelo chão queimou aparelhos de raios-x e ultrassom, entre outros, e tornou internação, consultas e realização de exames inviáveis nessa área do prédio.
A ala foi fechada e todo o atendimento e internação - inclusive pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) - foram transferidos para a Ala 2, destinada originalmente ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Alguns pacientes que a unidade 2 não puder atender serão transferidos, preferencialmente, para a Santa Casa de Ibitinga. Caso não haja vagas lá, os pacientes poderão ser encaminhados para a Santa Casa de Araraquara.
A parte de trás do prédio da unidade de saúde, onde fica o Pronto Socorro, não foi atingida e o serviço médico segue normal.
A Escola Estadual Abdala Miguel também está alagada e destelhada e teve as aulas suspensas até que seja reorganizada e os técnicos e engenheiros da Prefeitura avaliem se houve dano estrutural ou não.
Além disso, a Praça Central ficou destruída. Foi lá que caiu a maioria das 300 árvores derrubadas pelo vento na tarde de ontem.
A Prefeitura ainda não tem um número de casas destelhadas, mas o prefeito garante que não há famílias desabrigadas. Tabatinga tem 15.738 habitantes e 4.601 domicílios, em uma média de 3,4 moradores por casa. "Felizmente, os ventos não chegaram à região mais pobre da cidade, senão o estrago poderia ter sido bem maior. Na hora da chuva, teve um acidente apenas, envolvendo moto, mas sem gravidade. Eu estava no Pronto Socorro quando o motociclista foi atendido. Ele teve um ferimento pequeno nos dedos", explica Camargo.
MAIS CHUVAS - Após os cinco minutos de chuva intensa houve um período de estiagem e, mais tarde, mais chuvas, o que dificultou o trabalho do Copor de Bombeiros de Ibitinga, acionado para a retirada das árvores.
Os homens da corporação ainda estão na cidade nesta segunda-feira (11), dando sequência aos trabalhos, assim como Defesa Civil, engenheiros e técnicos, que fazem vistorias pela cidade e avaliam a gravidade dos danos.
"Só o Paço Municipal precisará de R$ 150 mil para ser recuperado", garante o prefeito, que declarou estado de calamidade e ainda hoje irá a São Paulo pedir um aporte financeiro à Secretaria de Estado da Casa Civil para recuperar Tabatinga.
Parte da cidade ficou sem energia elétrica e o reabastecimento está previsto para a tarde de hoje.
A Cidade