O número de acidentes na rodovia Deputado Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304), entre Ibitinga (SP) e Borborema, caiu do ano passado para 2015, segundo a Polícia Rodoviária. Em uma média mensal, o número de acidentes é duas vezes menor neste ano. Foram 99 acidentes do ano passado para 53 neste ano. O número de mortes também teve queda. Em 2014 foram registradas 21 mortes em acidentes neste trecho, já neste ano, apenas uma pessoa morreu.
Em outubro do ano passado, a rodovia passava por reforma e registrou um grave acidente que causou a morte de 13 pessoas que estavam em um ônibus que foi atingido por uma carreta em Ibitinga. As vítimas eram estudantes e professores da escola Dom Gastão Liberal Pinto de Borborema. Além da mãe de um dos alunos. O acidente completou um ano na terça-feira (27) e várias homenagens foram feitas na cidade que ainda não esqueceu a tragédia.
A polícia ainda investiga o caso. Na noite de 27 de outubro de 2014, o ônibus já estava perto de casa, mas em um trecho da rodovia, na época em obras, o ônibus se chocou com uma carreta carregada com óleo vegetal que vinha no sentido contrário. A primeira perícia oficial da polícia, divulgada três dias após a tragédia, apontou que o motorista do caminhão invadiu a faixa contrária, provocando o acidente, mas a versão não convenceu as famílias das vítimas, que contestaram o laudo, alegando falta de informações e detalhes. Meses depois, a Justiça determinou uma nova análise.
No acidente, o motorista do caminhão, Leandro Sanches Basaléa, sofreu queimadura graves e ficou internado por semanas no Hospital Padre Albino, em Catanduva. Ele mora em Novo Horizonte. O motorista do ônibus, José Roberto de souza, mora em jaboticabal, ainda é funcionário da empresa Jabotur, mas está afastado em tratamento psiquiátrico.
O Departamento de Estradas e Rodagens (DER) informou que na ocasião do acidente, o trecho estava em obras, mas devidamente sinalizado com placas de advertência as condições da pista, além da indicação de velocidade de 60 km/h e cones no trecho.
O Ministério Público do Trabalho de Araraquara investiga se os motoristas do ônibus e da carreta envolvidos no acidente estavam em jornada excessiva de trabalho.
O segundo laudo levou três meses para ser concluído e atesta que a batida aconteceu na pista em que o caminhão seguia. Portanto, o motorista do ônibus é quem estaria na faixa contrária. A perícia alega que se o caminhão tivesse invadido a pista do ônibus, o tanque de óleo teria atingido um barraco ao lado da estrada depois do impacto e isso não aconteceu. Na sequência da batida, caminhão e ônibus giraram e pararam no asfalto.
O perito atesta ainda que a falta de sinalização da pista e a velocidade dos veículos acima da permitida no trecho, que por conta das obras era de 60 km/h, contribuíram para o acidente. Mas a causa principal do acidente, segundo o novo laudo, seria o cansaço do motorista do ônibus, que viajou de Borborema a São Paulo e voltou no mesmo dia. "Existem indícios de que o fator contribuinte pode ser a fadiga, a sonolência, o cansaço né de que nessa viagem somente tinha um motorista no ônibus”, explica o perito Sérgio Hernandez.
G1