Ibitinga, Quinta, 18 de Abril de 2024
Casos de caxumba têm alta de 336% em SP
Nos primeiros nove meses do ano, 1.234 registros foram contabilizados na capital paulista

Os casos de caxumba explodiram na capital paulista. Dados da Secretaria Municipal da Saúde indicam que houve um aumento de 336% na comparação entre os primeiros nove meses de 2016 em relação ao igual período do ano passado.

Segundo levantamento da Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde), órgão da Prefeitura, do dia 1 de janeiro a 1 de outubro deste ano foram registradas 1.234 notificações da doença, diante de 283 no mesmo período do ano passado.

Em 2016, houve 194 surtos da doença (quando duas ou mais pessoas são infectadas em uma mesma instituição), e 101 deles ocorreram em escolas. No mesmo período de 2015, foram apenas 32 surtos. 

E a capital responde por boa parte dos casos do estado. Segundo a Secretaria do Estado da Saúde, dados fechados até o dia 22 de setembro mostram que o estado de São Paulo havia registrado 2.672 casos.

A Secretaria Municipal da Saúde informou que monitora os surtos na cidade e que a medida tomada para barrar uma epidemia é vacinar as pessoas que não desenvolveram a doença ou que não têm a vacinação completa para a caxumba, os chamados suscetíveis.

O analista de tecnologia de educação Rodrigo Ferreira, de 26 anos, foi um dos centenas de paulistanos infectados pelo vírus este ano. Ele contou que descobriu a doença após sentir um dos sintomas mais comuns: dor muito forte na mandíbula. 

“Comecei a sentir um incômodo muito grande para comer, sabia que não era normal, aí procurei um médico e ele falou que era caxumba”, disse.

Ao sentir os primeiros sintomas, Ferreira desconfiou que poderia ser a doença, porque boa parte dos seus colegas de trabalho já havia pegado e ele ainda não tinha tomado a segunda dose da vacina. 

“Na empresa onde eu trabalho ocorreu um surto. Só no meu setor, de 30 pessoas, 10 pegaram caxumba”, explicou.

De acordo com a infectologista Marinella Della Negra, a doença é altamente contagiosa e pode ser transmitida antes mesmo da pessoa contaminada sentir os sintomas e ser diagnosticada. “Pode ser que a pessoa esteja com caxumba e só saiba dois ou três dias depois, quando começa o inchaço. Nesse período ele já pode ter contaminado os outras”, disse.

Segundo a infectologista, o paciente deve evitar esforço físico e se manter afastado do ambiente de trabalho ou escolar até se curar totalmente. 

A forma mais eficaz de se proteger é com a vacinação. Atualmente o Ministério da Saúde disponibiliza dois tipos de vacinas: a Tríplice Viral e a Tetra Viral.

Análise: Marinella Della Negra  Infectologista

Surto está ligado à falta de vacinação

Não há explicação concreta para este surto de caxumba, porque é uma doença que vai e volta em diferentes épocas.  Como a maioria das pessoas infectadas é jovem e tem entre 15 e 29 anos,  pode ser que elas não tenham sido imunizadas corretamente durante a infância ou, se foram vacinadas, perderam a imunidade ao longo dos anos. Por isso é importante procurar um médico e checar a necessidade de tomar a segunda dose da vacina.  Acredito os casos estejam sendo estudados para que se ache alguma resposta.

Estudante ficou três semanas em repouso

Um dos maiores medos de quem contrai caxumba é que a doença se torne algo pior. De acordo com a infectologista Marinella Della Negra, durante o período de inchaço é fundamental que o paciente tome o máximo de cuidado porque é quando  o vírus oferece mais riscos. 

“Nos homens é mais perigoso porque a doença pode atingir a região dos testículos. Nas mulheres, é mais raro, mas também ocorrem casos em que a caxumba atinge os ovários”, disse. 

Seguindo as recomendações médicas, a estudante Amanda  Chalegre, de 23 anos, precisou ficar três semanas em repouso por causa da caxumba. 

“Primeiro foi no lado esquerdo do rosto, parecia que tinha um caroço na minha bochecha.  Cinco dias depois, eu já estava tomando remédio, mas tive que voltar no médico porque comecei a sentir muita dor de ouvido e o outro lado começou a inchar também”, contou. 

Além das dores na hora de dormir e o desconforto para comer, Amanda também teve três dias de febre alta e precisou redobrar os cuidados. 

“O médico disse que eu não poderia nem levantar para ir ao pronto-socorro”, lembrou. “Passei todos os dias deitada, quase sem me mexer e tomando bastante água”, completou. 

A estudante não tomou a segunda dose da vacina e acha que esse pode  ter sido o motivo da sua contaminação. 

“Não faço ideia de quando foi a última vez que me vacinei. Mas agora vou tomar muito mais cuidado porque sei  da importância que tem. Se eu tivesse tomado a vacina, talvez tivesse escapado dessa”, disse a estudante.

 

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