Ibitinga, Sexta, 26 de Abril de 2024
Produção de mognos é opção atrativa para produtores rurais
Cultura de árvores de origem africana oferece rentabilidade e alto valor agregado para os agricultores

De origem africana e utilizado para uso comercial, a árvore do mogno possui características atrativas para os agricultores por oferecer madeiras de qualidade e com alto valor, nome científico Khaya senegalensis. O produtor Ibitinguense e associado do Sindicato Rural há quinze anos, Fernando Emanuel da Fonseca, trabalha com essa cultura por volta de cinco anos em sua propriedade Estância Vanessa, localizada no município de Ibitinga.

  Nascido em 1975, casou-se com Vanessa e tem dois filhos: Emanuela e Gabriel. Além de agricultor, Fernando formou-se em Direito em 1996, é advogado e sempre procurou estar bem informado no mercado rural, optando por culturas diversificadas. Um exemplo disso é que além de iniciar na produção de mognos, também cultiva eucaliptos.

  O investimento em mogno tornou-se um de seus principais objetivos por oferecer rentabilidade e adaptar-se em todo território nacional. Além de tudo, a cultura pode ser consorciada a outras, por exemplo, milho, e possuir alto valor agregado.

   Fernando explicou que essa cultura tem o médio prazo de quinze anos para corte e as principais vantagens de produção de mogno são: a) elevado valor agregado do produto por ser madeira de lei, destinada para fins nobres como em movelaria e construção de interiores, mesmo com um espaço pequeno para a produção e; b) possuir capacidade de gerar receita superior comparada a qualquer outra atividade rural, numa mesma propriedade.

   Segundo o produtor, o mogno não possui desvantagens e sim cuidados que devem ser seguidos conforme a sua especificidade, por exemplo, o empecilho para o desenvolvimento do mogno é a formiga saúva, a mesma que ataca eucalipto e laranja, por isso é necessário combater esse inimigo natural até que planta atinja uma determinada altura. Também é necessário podar a árvore até a altura aproximada de quatro a cinco metros, pa-ra que ela cresça sem galhos e ramificações.  O produtor enfatizou que a madeira só tem valor quando não tem defeitos ou nós.

   Ao falar de mercado, Fernando alegou que a procura por madeira de lei é grande, pois a produção é pequena no Brasil comparada a outros países. “O mogno tem um prazo mínimo de quinze anos para se desenvolver, ele é cortado e vendido por metro cúbico. “No Brasil o valor do metro cúbico do mogno varia entre R$ 2,500 a R$ 3,000 tudo depende do mercado, lei da oferta e procura”, afirmou o produtor.

   O produtor deixou algumas dicas importantes para quem deseja plantar mogno. “Procurar um engenheiro agrônomo ou florestal para indicação da espécie florestal correta e demais informações a respeito do plantio. O segredo para um cultivo desta cultura, como em outras, está na busca por informações relativas ao investimento necessário para o plantio, manutenção, produção e comercialização do produto, por ser uma cultura que proporcionará resultados depois de quinze anos, aproximadamente. Meu investimento inicial foi em torno de R$10 mil com aquisição de mudas, adubação, preparo do solo, plantio e entre outras coisas, lembrando que isso pode variar muito. Outra dica importante está na procura por viveiros idôneos (fornecedores de mudas), pois eu tive o problema de comprar em um viveiro não confiável e algumas plantas vieram doentes, ocasionando grande número de mortandade, em torno de 5%, o que não pode existir”, finalizou Fernando.

  O produtor Ibitinguense, Debson Ambrosio, também resolveu investir na produção de mognos há cinco anos atrás. “Atualmente eu trabalho com a produção de palmito pupunha e mognos, optei por essa segunda cultura em uma viagem que realizei em Minas Gerais, aonde a procura é muito grande nessa região e futuramente será um investimento que beneficiará minha família”, pontuou Debson.

  De acordo com o presidente do Sindicato Rural, Luiz Flávio Pinheiro, assim como o cultivo de eucalipto, o mogno é um grande exemplo de diversificação de culturas e isso mostra o grande potencial que os produtores rurais têm por sempre inovar na agricultura.

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