A presidente da República, Dilma Rousseff, estará hoje no ato de lançamento da pedra fundamental da megaobra de um estaleiro em Araçatuba (220 quilômetros de Bauru). O evento está marcado para as 11h, às margens do rio Tietê. O novo estaleiro vai alavancar o crescimento da Hidrovia Tietê-Paraná, que tem potencial de transportar 20 milhões de toneladas de carga por ano, mas só explora 20% da sua capacidade.
A expectativa é de que os custos de transporte de etanol caiam quase pela metade com a utilização da hidrovia e ainda a redução de emissões de gás carbônico com a substituição dos caminhões pelos comboios seja de 75%, já que cada barcaça substituirá 180 caminhões. A obra será financiada pela Caixa Econômica Federal, por meio do Promef Hidrovia.
Dilma também tem um encontro hoje na capital com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para anunciar parcerias e iniciativas que ultrapassam R$ 27 bilhões. O Estado e a União trabalham juntos para tirar do papel a Hidrovia-Tietê, orçada em R$ 1,5 bilhão. Há outro projeto de ampliar até Conchas a navegação da hidrovia Tietê-Paraná.
As obras de terraplenagem do estaleiro já estão prontas, mas os barracões devem ser entregues em fevereiro. A previsão é, no início de agosto de 2012, ficar pronto o primeiro comboio. Cada comboio é composto por um empurrador e quatro barcaças, com capacidade de transportar 7,6 milhões de litros do combustível de cana-de-açúcar. A expectativa é que o etanol seja transportado a partir de Araçatuba até a região de Piracicaba (SP), onde haverá uma unidade de integração com o etanolduto também em construção.
A Transpetro, subsidiária da Petrobras, vai construir 80 barcaças e 20 empurradores. Essa nova frota para o transporte de etanol provocará uma alavancagem no crescimento da hidrovia.
O secretário de Desenvolvimento Econômico e Relações do Trabalho de Araçatuba, Carlos Antonio Farias de Souza, em entrevista recente ao JC, declarou que a instalação do estaleiro no município vai descentralizar o desenvolvimento no Interior paulista. “A ressonância vai ser em toda a faixa lindeira da hidrovia, os municípios na faixa de influência e já são polos, como Bauru, Lins e Araçatuba, vão ser beneficiados. O que não estava sendo aproveitado vai começar a ser integrado e aproveitado”, diz.
A Hidrovia Tietê-Paraná tem potencial para transportar por ano 20 milhões de toneladas, mas atualmente a maior parte do produto transportado é de grãos, principalmente soja, e pouco de açúcar nas cargas de longa distância. Com a vinda do estaleiro e novas bases, com investimentos de R$ 80 a R$ 100 milhões, Souza afirma que a hidrovia deve duplicar o volume de transporte para 10 a 12 milhões toneladas/ano.
Fonte: Jc Net
Foto: Malavolta Jr