A Promotoria Pública de Araraquara ajuizou nesta segunda-feira (4) uma ação civil pública contra um dos estudantes da Universidade Estadual Paulista (Unesp) que participou da criação de uma comunidade, em um site de relacionamento, sobre o Rodeio das Gordas. A ação é movida contra Daniel Prado de Souza que se recusou a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP).
Os promotores pedem a condenação de Souza ao pagamento de 50 salários mínimos, em razão de conduta "preconceituosa e discriminatória”. O Rodeio das Gordas foi criado em outubro do ano passado, durante o Interunesp. Após seu encerramento, foi criada uma página no Orkut onde eram estabelecidas regras para as próximas edições do "torneio" e premio para os que fossem os melhores "montadores de gordas".
A conduta de Souza e outros dois universitários, Roberto Paulo de Freitas Negrini e Rafael Tebchrani, que também criaram a página na internet, na visão do Ministério Público, expôs "à situação humilhante e vexatória inúmeras alunas participantes do evento por não corresponderem aos padrões de peso considerados ideais". O ministério considerou que eles praticaram violência contra a mulher, infringindo os conceitos e preceitos da Lei Maria da Penha.
Negrini e Tebchrani assinaram o TAC, no qual se comprometeram, a título de indenização por dano moral coletivo, a doar 20 salários mínimos cada um a três instituições que se dedicam à prevenção e ao combate da dependência química e violência de gênero. Daniel Souza se negou a assinar o acordo.