O Departamento Hidroviário (DH) do Estado, órgão da Secretaria de Logística e Transportes, anunciou para 15 de março a retomada da navegação na Hidrovia Tietê-Paraná, que está suspensa desde agosto do ano passado pela estiagem. A navegabilidade ocorrerá de forma gradativa, com calado (distância entre a ponta do casco e o nível da água) inicial de 2,40 metros, e a previsão é de que ela atinja a forma plena, com calado de 2,70 metros, até final do mês.

  O trecho mais atingido pela estiagem foi o do pedral de Nova Avanhandava, em Buritama, entre o Porto Intermodal de Pederneiras e São Simão (GO), e por onde são escoadas as produções agrícolas para os reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira. Pouco antes da paralisação, a hidrovia chegou a ter 10 comboios operando, de um total de 24 que funcionavam de janeiro a maio de 2021. "A navegabilidade plena da hidrovia reforça logística e movimentação de cargas em São Paulo e desenvolve a economia nacional", diz João Octaviano Machado Neto, secretário de Logística e Transportes. "É por isto que a Secretaria de Logística e Transportes entende que é importantíssimo mudar a matriz energética do país para diminuir a dependência das hidroelétricas". 

   Antes da paralisação do pedral de Nova Avanhandava, em Buritama, a hidrovia Tietê vinha transportando níveis recordes da produção agrícola brasileira, principalmente soja e milho. Em 2020, apesar da pandemia, somou 2,1 milhões de toneladas de cargas. No ano anterior (sem Covid-19), a movimentação foi de 2,5 milhões de toneladas no trecho de São Paulo, administrado pelo DH. A hidrovia integra grande sistema de transporte multimodal, apresentando-se como alternativa de corredor de exportação, e conectando seis dos maiores estados produtores de grãos: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. As principais cargas que opera são milho, soja, madeira, óleo, carvão, cana de açúcar e adubo. 

   O Estado informou que está concluindo as obras para a implantação do canal de montante da eclusa de Ibitinga, com um investimento de quase R$ 10 milhões, além do desassoreamento, derrocamento e ampliação de vãos de pontes, e manutenção e implantação da sinalização náutica, o que irá garantir mais segurança para a navegação fluvial. 

A hidrovia 

   Pela hidrovia Tietê são escoadas as produções agrícolas para os reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira, com destino a São Simão (e vice-versa). Dos 2.400 km de extensão da hidrovia Tietê-Paraná, 800 km estão no Estado de São Paulo. O DH ressalta que o governo paulista tem investido na hidrovia com o objetivo de ampliar os canais de navegação e dar mais agilidade no transporte de cargas. "Insistiu ainda nas tratativas com o ONS e outros órgãos envolvidos para garantir a retomada da navegação na hidrovia o mais rápido possível", declara em nota. 

Fonte: JcNet