A Câmara Federal, composta por 513 Deputados Federal, atualmente tem a representação de 30 partidos. Menos da metade dos Deputados, conseguiram se reeleger.
No Senado Federal a composição partidária está com 21 partidos, no total de 81 Senadores.
Já escrevi nessa coluna, que nossa Constituição era para ser parlamentarista, mas foi promulgada em 05 de outubro de 1988, com o sistema presidencialista, numa estrutura parlamentarista. Em 21 de abril de 1993, foi realizado plebiscito que demandava escolher monarquia ou república e parlamentarismo ou presidencialismo. Essa consulta consolidou a forma (República) e o sistema (Presidencialista) de governo atuais, mantendo-se o que fora feito pelo Constituinte de 1988.
O Brasil precisa acertar o passo, porque é urgente, não só as Reformas da Previdência, Tributária, Política. É preciso refundar o Estado Brasileiro. Do jeito que está, não pode ficar.
Estão achando melhor dividir, do que somar.
É extremamente necessário pontos de vista opostos, ao nosso. Atribuem a Nelson Rodrigues, a seguinte frase: “Toda a unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar. ”Alguns não concordam nem com a frase, que dirá com as ideias da divergência.
Não estamos conseguindo achar o meio-fio, o ponto de equilíbrio das coisas. Daí vem a frase de que o Brasil está dividido, entre a esquerda e a direita; entre o vermelho e o verde-amarelo. Tudo por conta do processo eleitoral, que parece interminável. O Presidente eleito, opção da maioria nessa nossa democracia, foi empossado, faz suas bobagens, com as quais não concordo, mas, também, não tenho opção da forma de atuar, para melhorar o país.
Por conta dessa divisão, o Congresso Nacional, fragmentado que está, diante da composição que acima mencionei, passa a ser o protagonista das Reformas necessárias, reformas essas que terão – sempre – que atender essa fragmentação – que em primeira e última instância é a representação da vontade popular, com suas belezas, suas fraquezas, suas pobrezas e suas riquezas. Agradar à todos, é tarefa da burrice, na frase atribuída a Nelson Rodrigues.
Qualquer Projeto que adentra ao Poder Legislativo, sairá de lá, desfigurado, porque a fragmentação instalada pelos eleitores, ansiosos pela renovação, jamais será o desejo de um só.
E como agradar a todos, em benefício do País? Tarefa árdua. A oposição – sempre necessária – não tem – ao menos nesse primeiro grande embate que foi a Reforma da Previdência – uma proposta viável, tanto que, no 1º Turno de votação, foram 379 votos a favor da Reforma da Previdência, contra 131 votos da oposição. Alguns Deputados preferiram dar uma de Pilatos. Lavaram as mãos: envergonham a nação. Não têm coragem suficiente para assumirem – perante seus eleitores – a defesa dos interesses deles.
A oposição, pela oposição, parece agenda meramente eleitoral. Estamos vendo, com frequência, muito blá-blá-blá-blá, que ecoa pelos recintos das Câmaras Municipais, nas Assembleias Estaduais e na Câmara Federal, de uma oposição àqueles que estão no Executivo, que quando lá tiveram, pouco fizeram para modificar ou melhorar a União, o Estado e o Município. Hoje arrogam-se em verdadeiros Paladinos da Justiça, os donos infamantes de uma verdade, que jamais tiveram.
Como não fizeram, porque não tinham interesse em se tornaram estadistas, mas meramente políticos de ocasião, reverberam ódio, vingança, bobagens que entopem nossos ouvidos e mancham – não aos eleitores deles – mas, a eles próprios, que não se dão conta, de quão idiotas são.
Agindo assim, não ajudam em nada o desenvolvimento do Brasil, ao contrário, prejudica toda a nação.
Não pense você que quando falo que prejudica o Brasil, é retórico. É extremamente verdadeiro. Um doído varrido, atrapalha muita gente. Dois doídos varridos, atrapalham muito mais. Três doídos varridos, a coisa fica insustentável.
É necessário discernimento, seriedade e serenidade para vivenciar o status de ser políticos, estar no exercício de mandato eletivo, ser Chefe de um Poder.
É mais que necessário a soma de esforços, de trabalho, do Executivo, Legislativo e o Judiciário, Poderes harmônicos e independentes, para que o bem-estar da população possa ser restabelecido.
Nossas carências são muitas. O Desenvolvimento da Nação ficou na época Imperial. Lendo mais uma obra da escritora Mary Del Priore, “A Vidas de José Bonifácio” (Ed. Estação – 2019), parece que estamos no Século XIX e não chegaremos ao Século XX, muito menos ao Século XXI, que parecia sonho distante e já estamos nele tem quase duas décadas.
Não vamos fazer, na política, como as crianças de escola fazem, com a corda – cabo de guerra, puxando um tanto para um lado e outro ao contrário. Precisamos puxar a corda para o mesmo lado, precisamos somar esforços.
Tenham, nossos políticos, uma única certeza: o povo não é idiota. O político, sempre é, porque ele é enganado, por ele mesmo e pelo próprio povo. O povo, o eleitor, está cada dia mais consciente de suas necessidades.
Vamos somar, em prol do Brasil.