Dentro do panorama econômico atual e se forem confirmadas as projeções, a cana-de-açúcar e o café representam bons negócios para o produtor da região de Ribeirão Preto.
Nos próximos meses, apesar da instabilidade do mercado e de projeções cautelosas dos especialistas em razão da crise econômica mundial, as duas culturas devem remunerar em torno de 10% a mais na comparação com os atuais preços de mercado.
O preço da saca de 60 quilos do café verde do tipo 6, bebida dura, foi fechado na quarta-feira (1º) de R$ 460 a R$ 470 na região de Ribeirão Preto. Na filial da Cooparaiso, que corresponde a produtores de Santo Antônio da Alegria, Cajuru, Batatais e Altinópolis, os estoques nos últimos dias se mantinham baixos.
Os cafeicultores que não dependem de vender sacas estocadas para pagar, esperam melhor cotação no mercado externo. "O grão esteve melhor cotado no final do ano e pode alcançar R$ 510 dentro de dois meses", acredita o comercializador Hugo Goulart, da Cooparaiso.
Os motivos para otimismo na cafeicultura com relação ao mercado, se explicam pelos estoques mundiais baixos, à demanda crescente e à baixa disponibilidade do grão do mundo. O outro motivo é a bienalidade da cultura, com um ano de safra cheia seguido de outro menor. A próxima safra, que começa em junho, deve ter uma quebra na produção de grãos na região. Conforme o Sindicato Rural de Altinópolis, a estimativa é de 350 mil sacas na próxima safra, com quebra de produção de 50 mil sacas.
"As perspectivas são boas em função do déficit previsto nos mercados, reforçado pela quebra da produção da Colômbia e do Guatemala", explica Guilherme Vicentini, produtor e presidente do Sindicato Rural de Altinópolis.