A linha especial de financiamento do BNDES no valor de R$ 4 bilhões para renovação dos canaviais foi recebida com otimismo pelos investidores na região de Ribeirão Preto. Os recursos devem ser utilizados para a reforma das lavouras maltratadas pela falta de manutenção por mais de dois anos por causa da crise e das adversidades climáticas.
"Em Ribeirão, praticamente não há áreas para plantio", diz Sérgio Prado, representante da Unica (União das Usinas de Cana-de-Açúcar).
A taxa de juros da linha é de 1,3%, mais TJLP (6%), mais 1,3% de taxa de remuneração e 0,5% de custo fixo, o que dá um juro total de 7,8% ao ano. De acordo com o BNDES, o empréstimo será feito por meio de bancos oficiais e agências privadas e comerciais credenciadas. Os recursos devem estar disponíveis depois de fevereiro, prazo exigido para que os bancos recebam carta circular para começar a operar.
O Prorenova será para grandes e médias empresas. Segundo Renato Fantacini, diretor administrativo da Usina Batatais, os planos da empresa incluem expansão e renovação.
"Neste momento, investimos em áreas de produção para usar o que for possível dessa nova linha", diz.
Para Marcos Fava Neves, professor da USP em Ribeirão Preto, a medida ajuda a economia da região, mas o financiamento vem tardiamente. "O mercado tem déficit de 3 bilhões de litros de etanol por ano e os investimentos serão em dois anos. Até lá, o déficit vai crescer", avalia o professor.
As transações que envolvem imóveis devem lucrar também na região. De acordo com o corretor Atílio Benedini, o setor de compra e venda de terras deve ficar aquecido em 2014. "O anúncio já faz com que o investidor se programe, já que investir em terras é a primeira opção que ele tem", acredita.
Fonte: A cidade