O Audi A1 vermelho tem cara de mau, um pequeno "bad boy" alemão. O Mini é o bom garoto de origem inglesa, que transmite simpatia com seus faróis redondos. Ambos disputam o mesmo público, gente que tem R$ 90 mil para gastar e não precisa de espaço para levar a família.
Essa briga esquentou. A Mini, marca que pertence à BMW, viu a Audi invadir sua seara com o A1. O contragolpe veio com a chegada das versões One, que perdem em potência e equipamentos, mas custam menos e mantêm o charme. O modelo testado, com câmbio automático, sai por R$ 78.950. O Audi custa R$ 11 mil a mais.
O preço não é a única vantagem: o Mini oferece a melhor posição para dirigir. O carro "veste" bem e traz interior descontraído, com acabamento caprichado. Contudo, a falta de compromisso com a ergonomia na cabine é irritante. Os botões de abertura dos vidros estão diluídos entre outros comandos na parte de baixo do painel. Bonito de ver, ruim de manusear.
MAI SIMPLES
Se não houvesse as quatro argolas entrelaçadas no miolo do volante, o interior do A1 poderia ser confundido com o de um bom Volkswagen. O estofamento de tecido cinza é o mais simples disponível na casa e os contornos da cabine são desprovidos de estilo ou exclusividade. A Audi gastou toda sua energia criativa no desenho da carroceria.
Quando o assunto descamba para a mecânica, os alemães retomam a dianteira. Literalmente. O turbinado motor 1.4 TSI (122 cv) vive um feliz casamento com a caixa automatizada de dupla embreagem e sete marchas. É esse conjunto que faz do A1 a referência atual entre os carros compactos.
Resultado: consumo melhor que o de modelos 1.0 e desempenho esportivo. O Audi superou o Mini One (98 cv) em todas as medições do teste Folha-Mauá.
As outras versões do pequeno inglês andam lado a lado com o A1 na pista, ou até à frente. É o caso do Mini Cooper S (175 cv), que custa salgados R$ 128,8 mil.
Vamos ao que mais interessa nesta categoria: o poder de atrair olhares. O Audi chama a atenção com os LEDs dos faróis permanentemente acesos e xenônio nos fachos alto e baixo. Para completar, as colunas prateadas fazem um belo contraste com a pintura da carroceria.
Mas o Mini é imbatível. As mulheres acham fofo, os homens dizem que é "da hora". O estilo retrô, em desuso na indústria, ainda funciona para esse inglês. O carrinho guarda traços do modelo original, de 1959.
Na pista de testes, deu Audi. Mas, no teste de popularidade, o Mini foi o campeão.