Ibitinga, Terça, 26 de Novembro de 2024
Seringueira ocupa área do gado em São Paulo
Área plantada cresceu 81% entre 2000 e 2010, no lugar de pastagens

Esquecidas durante décadas, as seringueiras voltam a atrair investimentos. Preço alto, demanda firme e o deficit no mercado de borracha incentivam o plantio, principalmente em São Paulo.

A área plantada com seringueiras no Estado cresceu 81% entre 2000 e 2010, segundo dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O ritmo de crescimento é bem superior à média nacional (34%).

A expansão continua e ocorre em áreas de pasto. Assim como a cana, as seringueiras expulsam o gado para regiões onde a terra é mais barata, como o Nordeste.

A Agropecuária Jacarezinho começou a substituir gado por seringueira em 2007, em Valparaíso (SP). "Já plantamos 162 mil pés em 297 hectares. Vamos chegar a 200 mil árvores em 2013 e reavaliar novos plantios", diz Renato Plachi, gerente agrícola.

Praticamente todo o rebanho da Jacarezinho, hoje em 38 mil bovinos, foi para o oeste da Bahia -restam somente 2.000 em São Paulo.

Tradicional pecuarista paulista, Setimio Sala, da Agropecuária Sala, está reduzindo o seu rebanho para plantar seringueiras.

O plantio em São Paulo será de 120 mil árvores nos primeiros dois anos e deve prosseguir. "Pretendo acabar com a pecuária e plantar só seringueira em São Paulo. Em termos de lucro, não há comparação", afirma Sala.

O empresário diz que a rentabilidade com a venda de látex é três vezes maior do que a da cana e até seis vezes superior à da pecuária. Além disso, as seringueiras valorizariam ainda mais a terra.

LONGO PRAZO

Apesar de ser altamente rentável, o cultivo de seringueiras é uma atividade para quem tem capital de giro. Depois do plantio, é preciso esperar sete anos até a primeira produção. E a demora no retorno sobre o investimento afasta alguns interessados.

Por outro lado, a continuidade da oferta chama a atenção de quem busca estabilidade no longo prazo -o tempo de atividade de uma seringueira varia de 40 a 45 anos.

O médico Benedito Alves Delsin iniciou o plantio há sete anos em São José do Rio Preto (SP). "É uma alternativa à minha profissão e para complementar a minha aposentadoria", diz. Delsin já tem 60 mil pés -alguns começam a produzir neste ano.

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