Ibitinga, Domingo, 24 de Novembro de 2024
Ciesp e Apas divergem sobre fim de sacolinhas
o impasse continuou na reunião ontem em Bauru

De um lado a Associação Paulista dos Supermercados (Apas). De outro, representantes do Centro de Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) na região. Ontem, o auditório do Sincomércio, em Bauru, foi palco de mais discussão sobre o fim das sacolinhas.

Desde o dia 25 de janeiro, a medida que interrompeu o fornecimento das sacolas plásticas descartáveis pelos supermercados do município causa polêmica. Alguns consumidores são a favor do uso de meios reutilizáveis para ir às compras, outros acreditam que o fim das sacolinhas não irá amenizar o problema da poluição ao meio ambiente.

Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), a Fundação Procon-SP e a Apas determinou que os supermercados disponibilizassem embalagens gratuitas por mais 60 dias. A medida passou a vigorar a partir do dia 3 de fevereiro.
O resultado do TAC gerou uma discussão no Sincomercio ontem pela manhã. O evento, que objetivou reunir empresários e população, contou com uma mesa-redonda para debates e esclarecimento da situação. 

Entre os membros da mesa estavam o secretário municipal do Meio Municipal Ambiente, Valcirlei Silva, e o presidente da Emdurb, Nico Mondelli. O diretor regional do Ciesp, Domingos Malandrino, o vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas para plástico, Gino Paulocci Junior, e a Apas também estavam entre os debatedores na mesa redonda do evento. 

Na discussão, a Ciesp se colocou a favor do retorno das sacolas plásticas retornáveis alegando ser a solução mais barata e higiênica para o consumidor. “A sacolinha é feita de um material plástico estéril e nada sobrevive nela, nem bactérias ou fungos. Diferentemente das sacolas retornárveis, que precisam ser higienizadas, e das caixas de papelão, que são imundas”, apontou Gino Paulocci.

O diretor regional da Ciesp apoia o retorno das sacolinhas. Para ele, a campanha da Apas não teve muita análise técnica. “Como consumidor, eu vejo que vou aos supermercados e eles me fornecem caixas reutilizáveis abertas. Isso pode ocasionar uma contaminação de alimentos. É irregular em termos de saúde pública. A Apas não realizou um estudo detalhado antes de implantar a medida”, pontuou Malandrino, da Ciesp.

Erlon Godoy Ortega, diretor regional da Apas em Bauru, não esteve presente no evento, mas foi representado por uma assessora. Questionado pela reportagem do JC após a reunião sobre os pontos colocados pelos debatedores, Ortega explica que a alegada contaminação de alimentos colocados em caixa não procede. “Hoje, todos os produtos vendidos pelo supermercado são embalados e são de difícil contaminação. Além do que, recomendamos o uso de caixas de alimentos para alimentos e de materiais químicos para embalar materiais químicos. O que nós queremos com isso tudo, não é economizar, como algumas pessoas dizem, mas sim incentivar o uso de meios retornáveis e, com isso, diminuir a quantidade de plástico jogado na cidade”, enfatizou.

Para o secretário municipal do meio ambiente, a decisão ainda é passível de discussões e mudanças. “Se a sociedade disser ‘não’ à sacolinha, os empresários terão que se adequar. Se os estudos e as análises indicarem que a sacola retornável é a melhor opção, a medida continuará após o TAC”, completa o secretário, que não descarta a possibilidade da construção de uma lei municipal após a definição do impasse. 

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) informou que aguarda o resultado de estudos e de uma análise feita pela Emdurb para tomar decisões. Essa análise deverá mostrar o reflexo da medida na prática, ou seja, se houve ou não aumento na quantidade de lixo espalhado pelo município.

Uma outra reunião com representantes da Apas de São Paulo, membros da sociedade civil e órgãos públicos deverá ser marcada ainda para os próximos dias.

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