Ibitinga, Domingo, 24 de Novembro de 2024
Manifestantes promovem 'beijaço' gay contra homofobia Bauru
Manifesto foi idealizado devido uma agressão

Representantes da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) se reuniram no final da tarde deste sábado 25, na praça Rui Barbosa, no Centro de Bauru (a 343 km da capital paulista), para beijaço gay em protesto contra casos de homofobia. A cidade teve três casos de agressão a homossexuais só neste ano.

A agressão de um atendente de telemarketing, de 28 anos, atingido com um soco no rosto dentro de uma das lojas da Rede Paulistão de supermercados, foi considerado o estopim para a manifestação.

Munidos com megafones, faixas coloridas, bandeiras e apitos, os cerca de 100 casais - homossexuais e heterossexuais - seguiram em passeata pelo principal corredor comercial da cidade, o calçadão da avenida Baptista de Carvalho até a rua 13 de Maio, parando em frente a unidade da rede supermercadista onde teria ocorrido a agressão.

"Somos, estamos, acostumem-se" era o grito de guerra bradado pelos manifestantes. Em frente ao supermercado se abraçaram e se beijaram com "selinho". Em seguida, soltaram balões brancos com pedidos de paz.

"Essa semana entrei em contato com o gerente do supermercado e pedi que eles colaborassem com a investigação entregando as imagens do circuito de segurança da loja à polícia. Única resposta que tive é que eles iriam consultar os advogados da empresa", disse o presidente da Associação Bauru pela Diversidade (ABD), Marcos Souza, responsável pela passeata. Segundo ele, o protesto não teria sido realizado caso os responsáveis pela empresa tivessem atendido ao pedido.

"Viemos porque a causa é importante. Independente de serem gays ou não é uma causa social", disse Leandro Veloso ao lado da namorada, Miriã da Silva.

Duas viaturas da Polícia Militar acompanharam de perto o ato que foi pacífico. Novas manifestações podem ser realizadas pela Associação caso haja mais registros de homofobia em Bauru.

Agressões

No início de janeiro um travesti de 23 anos foi morto a tiros no Jardim Brasil. A vítima estava no local onde costumava fazer ponto de prostituição, próximo a avenida Nações Unidas, quando um indivíduo efetuou disparos que atingiram o peito, a cabeça e a perna da jovem que morreu no local. O autor dos disparos ainda não foi identificado.

Ainda naquele mês, um operador de telemarketing de 28 anos foi agredido enquanto fazia compras no supermercado Paulistão. Ele estaria passando suas mercadorias no caixa quando um homem aparentando ter 50 anos começou a retirá-las da esteira. Ao reagir, o rapaz foi chamado de "viadinho" e levou um tapa no rosto, que deixou um ferimento na boca. Em seguida ele foi retirado do supermercado pelo segurança, enquanto o agressor permaneceu no interior da loja. A polícia foi acionada e, quando chegou ao local, o agressor não foi mais encontrado. A vítima é homossexual e acusa o agressor de crime homofóbico.

Em fevereiro, um travesti de 19 anos foi vítima de tentativa de homicídio, levando facadas, pedradas e socos. Ele foi socorrido depois de passar 30 horas jogado em um matagal e teve que comer grama para sobreviver. O suspeito da agressão, um homem de 30 anos, reconhecido pela vítima, foi preso.

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