Ibitinga, Sábado, 23 de Novembro de 2024
Bauru tem 22 mil veículos de luxo
Graças ao aumento de renda, 22 mil veículos de alto padrão são emplacados

Imponentes, confortáveis, potentes, bonitos e caros, muito caros. Estas são algumas qualidades dos veículos de luxo, que atraem um número cada vez maior de consumidores em Bauru. A estimativa é de que, na cidade, já foram emplacados cerca de 22 mil carros e motos que se enquadram nesta categoria.
 
São modelos de marcas como Audi, BMW, Mercedes, Land Rover, Porsche, Ferrari, Jaguar, entre outros, avaliados em mais de R$ 100 mil. Conforme o JC apurou, um dos mais luxuosos registrados no município é um Maserati avaliado em R$ 740 mil, cujo seguro não sai por menos de R$ 45 mil anuais.
 
“Bauru é umas das cidades do Interior com maior volume de veículos de luxo. Todas as grandes marcas já estão representadas pelas concessionárias de Bauru. Temos muitos importados que ultrapassam o preço de R$ 400 mil sendo vendidos e circulando pela cidade”, observa Primo Mangialardo, empresário do ramo de seguros.
 
O número, levantado junto a seguradoras e concessionárias da cidade, equivale a 10% da frota total de Bauru, que alcançou quase 220 mil unidades em janeiro deste ano. O volume, entretanto, pode ser ainda maior, já que nem todos os proprietários de carros luxuosos contratam seguro para seus veículos, conforme revela Rodolfo Vera, gerente comercial de uma corretora de seguros de Bauru. “O valor é muito alto e, para algumas pessoas, não compensa gastar tanto, principalmente se elas tiverem outros carros na garagem e for não usarem muito o importado”, argumenta. 
 
Diretor de uma concessionária de veículos da cidade, Jorge Simão Neto analisa que a expansão da demanda por esta categoria de automóveis acompanha uma tendência verificada nas vendas de veículos de uma maneira geral. Devido ao crescimento da renda do bauruense nos últimos anos, houve um aumento no nível de exigência do consumidor, que procura comprar modelos cada vez mais equipados. 
 
“Cada vez mais, ele procura veículos com maior valor agregado e mais itens de série, como ar condicionado e direção hidráulica. Trata-se de uma maturidade de consumo que foi conquistada com a estabilidade da economia”, pontua. Na empresa, que não é especializada em modelos de luxo, o tipo mais caro – o crossover Edge 4x4 - sai por pouco mais de R$ 154 mil. Uma pechincha para os endinheirados.
 
 
 
Paixão
 
Na avaliação de Mangialardo, outro motivo para a cidade ter destaque no consumo deste tipo de produto é que o bauruense “tem paixão por carro bom” mais do que a média das cidades de mesmo porte. “Talvez por ser um centro comercial forte, as pessoas gostam de trocar de carro por modelos melhores. Neste sentido, vejo que a cidade acompanha muito a tendência dos grandes centros urbanos”, analisa.
 
O enorme potencial de mercado a ser explorado foi detectado por uma rede de concessionárias de veículos denominados “premium”, que abriu sua primeira filial na cidade – a 25ª no País - há cerca de cinco meses. “Crescemos de acordo com a demanda. E percebemos que, em Bauru, havia um grande número de clientes a ser atendido. E os resultados surpreenderam nossas expectativas mais otimistas”, comenta Guilherme Passalacqua, diretor de operações da empresa.
 
Segundo Simão Neto, as concessionárias verificaram uma corrida de consumidores no final do ano passado, quando o governo federal anunciou que iria elevar a alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os importados. Por conta desta medida, em janeiro o mercado desacelerou, mas retomou o ritmo em março, quando os acordos comerciais entre o Brasil e outros países começaram a ser rediscutidos para tentar combater o déficit da balança comercial da indústria automotiva. 
 
“As importações cresceram muito mais do que as exportações e o governo quer reverter este quadro. Se acordos com a Coreia e o México, por exemplo, forem rompidos, ficará muito mais difícil importar veículos e, consequentemente, os preços deverão subir, o que deverá reduzir as vendas”, comenta.
 
 
 
Executivos e fazendeiros estão entre os principais consumidores
 
Fazendeiros, executivos e empresários de meia idade, já com formam o perfil dos principais consumidores de veículos de luxo em Bauru. Conforme explica Primo Mangialardo, empresário do ramo de seguros, são pessoas que conhecem bem as opções do mercado automotivo e gostam de investir no conforto e status que só um carro de alto custo pode conferir.
 
“E, diferentemente de outras localidades, os proprietários de Bauru usam este tipo de veículo para circular dentro da cidade. Só os esportivos é que ficam guardados mais para os finais de semana e viagens”, comenta.
 
Conforme acrescenta Mangialardo, há ainda os empresários emergentes, que não pertenciam a famílias ricas e construíram seu patrimônio sozinhos, em poucos anos. “São pessoas que, depois de ascenderem socialmente, aprenderam a apreciar e consumir bons veículos. Além de status, o carro se torna uma forma de prazer”, pontua.
 
Compõem ainda o perfil de consumidores jovens de famílias de classe alta e mulheres que procuram veículos seguros para ir ao trabalho e transportar seus filhos dentro da cidade e em viagens. “Para famílias, há uma boa saída de modelos sedan e crossover. Os 4x4 (off road) são comprados por fazendeiros e os esportivos, mais por quem já está com vida constituída e quer usufruir de momentos de prazer a bordo de um bom veículo”, pontua.
 
 
 
R$ 1,5 milhão na garagem de casa
 
Um comerciante bauruense que, por motivos de segurança, preferiu não se identificar, tem R$ 1,5 milhão em carros guardados na garagem. Ao todo são oito modelos, entre eles um Porsche Panamera, um Cadillac Wagon, um Ford Edge, uma BMW e uma Pajero. 
 
Aos 48 anos, ele conta que a “frota” é a materialização de um sonho de infância. “Quando pequeno, colecionava miniaturas. Sempre fui apaixonado por carros e, com o meu trabalho, consegui conquistar tudo o que quis”, revela ele, que diz não ter medo de sair com os imponentes exemplares nas ruas. “A sensação é de prazer, realização e liberdade”, completa. 
 
O mais caro de todos os veículos do comerciante é o Porsche, comprado há um ano por cerca de R$ 550 mil. “Saio com ele mais para jantar nos fins de semana ou para dar uma volta na cidade. Já o Cadillac, que é uma perua grande, serve para viagens com a família. Para o trabalho, no dia a dia, uso a BMW”, detalha.
 
Embora tenha uma coleção de dar inveja a qualquer um, ele afirma que ainda falta um objeto de consumo que, um dia, pretende adicionar à sua coleção: uma Ferrari California, que não sai por menos de R$ 1,2 milhão. “Mas ainda falta dinheiro para isso”, brinca. 
Fonte: JCNet

comentários
Folha de Ibitinga
Conheça um pouco mais sobre nós.

leia mais
redes sociais Acompanhe-nos em nossas redes sociais.
whatsapp (16) 98135-4546

Todos os direitos reservados © Folha de Ibitinga 2024 - contato@folhadeibitinga.com.br - telefone: (16) 98135-4546