Um em cada dez idosos que contraíram gripe em Araraquara entre os anos de 2006 e 2011 não resistiu à doença e morreu, segundo uma pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
O mesmo estudo mostra que, em cinco anos, a morte de homens com mais de 60 anos por pneumonia aumentou 87%. Já entre as mulheres idosas, o aumento representa 34%.
A pesquisa foi liderada pelo médico sanitarista e professor Rodolpho Telarolli Júnior e aponta ainda que a vacina contra a gripe é a principal defesa da população com mais de 60 anos.
"Eu tomo a vacina religiosamente. Na minha opinião, foi a melhor coisa que inventaram para a nossa idade", diz Valdir José Boreli, de 72 anos. José Rocha, 63, concorda. "Se tem uma coisa que a rede pública de saúde fez de bom para nós foi a vacinação."
A dupla afirma que, graças à imunização, dificilmente falta ao truco diário na Praça do São José, na Região Sudoeste da cidade. "Desde que tomo a vacina, minha resistência melhorou", completa Boreli.
Mas há quem ainda resista à vacinação, como Manoel Garcia. "Quando tomava a vacina, ficava pior do que hoje que não tomo", diz, referindo-se aos efeitos colaterais.
"Na verdade, há um preconceito, um medo. Porque a vacina, comprovadamente, não provoca reações sérias e, além disso, é muito eficaz", explica Telarolli Júnior.
Mas a recusa é uma tendência, segundo a pesquisa. Há seis anos, 69,7% dos idosos da cidade receberam a vacina, enquanto apenas 52% foram imunizados em 2010. No ano passado, o número teve leve aumento e foi a 56,4%. No Estado, chegou a 80%.
Hoje, a cidade tem 30 mil idosos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E a função da pesquisa é ampliar o número de vacinados. "A rede pública pode ter todos os defeitos, mas essa campanha funciona. Todos os idosos deveriam tomar a vacina regularmente", reforça o médico.
Fonte:Tribuna Impressa.