Pelo menos um consenso já existe na conferência Rio+20: diplomatas reunidos nesta semana na sede da ONU, em Nova York, definiram que a cúpula proporá a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Trata-se de um conjunto de metas a serem adotadas por todos os países do mundo em áreas como energia limpa, segurança alimentar e preservação dos mares.
A ideia tem sido discutida desde o começo das negociações do texto da conferência, mas alguns países ainda não concordavam com ela.
"Eu não vi ninguém se opondo desta vez", disse à Folha Fernando Lyrio, assessor para a Rio+20 do Ministério do Meio Ambiente. Ele participou do encontro em Nova York, a primeira rodada de negociações em torno do chamado "Rascunho Zero" do texto da Rio+20.
O debate agora é sobre a forma como a conferência abordará os objetivos. Não será possível definir todas as metas no Rio, mas o Brasil quer definir um roteiro com prazos para a sua adoção. Outros países querem que a Rio+20 "lance um processo", ou seja, abra discussões.
Os dissensos não param por aí: na reunião, vários países reclamaram de que "elementos-chave da sustentabilidade" não estão no texto em negociação, que cresceu de 20 páginas para 178 páginas.
Segundo Lyrio, ainda há um longo debate sobre a promoção do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) a uma agência, proposta pelo europeus.
E ninguém falou ainda sobre dinheiro, palavra maldita para os países desenvolvidos, em crise.
"Vai ser um processo árduo", disse o secretário-geral da Rio+20, Zukang Sha.
Fonte: Folha de Ibitinga