Um dos grandes trunfos dos países que detêm tecnologia e desenvolvem produtos inovadores foi o amadurecimento de sua indústria nacional de inovação e P&D (pesquisa e desenvolvimento). Esse é um conceito defendido por vários empresários que atuam na área de tecnologia. É o caso de Antonio Valério Netto, diretor da Cientistas, empresa de desenvolvimento de produtos tecnológicos baseados em software e hardware com sede no pólo tecnológico de São Carlos (SP), um dos mais importantes da América Latina.
Para explicar esse conceito, o empresário afirma que esses países, ao longo de décadas, construíram uma cadeia de fornecedores e um processo empresarial que permitiu que a inovação fosse criteriosamente escalonada. “Eles descobriram como conduzir o processo de inovação de forma rotineira, sem rupturas e atividades traumáticas que muitas empresas brasileiras acabaram sofrendo ao longo de suas tentativas de melhorar ou criar produtos e serviços para seus portfólios”, analisa Valério Netto.
Segundo ele, empresas que trabalham com foco nessa cadeia de inovação têm o perfil de um Technology Lab, ou seja, a partir da integração e customização de tecnologias funcionais e já maduras elas são capazes de gerar um serviço ou produto final para o cliente. “Os Technology Labs cumprem papel fundamental para o crescimento da indústria de inovação brasileira. Essas empresas são responsáveis pelas fases de desenvolvimento experimental, cabeça de série, lotes pioneiros e inserção de mercado de produtos específicos para a necessidade de cada cliente. São fases complementares ao processo de inovação que foi iniciado com pesquisas básicas e aplicadas vindas dos laboratórios de universidades e institutos de pesquisas espalhados por todo país”, destaca o empresário.
Na busca por conquistar uma participação importante nesse mercado de geração de inovação, especialmente no Brasil, há sete anos Valério Netto iniciou um importante trabalho de desbravar o mercado nacional após constituir a Cientistas. Pioneira no país e com foco de escritório de projetos tecnológicos, a empresa já obteve investimentos dos governos estadual e federal por meio de suas agências de fomento à pesquisa e tecnologia (Fapesp, CNPq e Finep) e buscou formar uma equipe de profissionais competentes e com domínio de uma metodologia para desenvolvimento de produtos tecnológicos. Sua equipe de desenvolvimento e negócios já gerou produtos diferenciados. São exemplos disso o primeiro sistema de informação geográfica (SIG) 3D da América Latina, para a área de energia elétrica (ENS3D), o primeiro simulador comercial baseado em realidade virtual para tratamento de fobia do Brasil, o primeiro sistema computacional brasileiro para controle de um analisador para testes bioquímicos e imunoquímicos, além de ter sido responsável pela spin-off XBot - primeira empresa brasileira focada na fabricação e comercialização de robôs móveis para o mercado de educação e entretenimento e que neste ano irá fechar com um faturamento de meio milhão de reais.
“Desenvolvemos produtos que são o coração de muitas empresas de áreas como Energia e Utilities, Saúde e Diagnóstico, e de Defesa e Segurança. Nem todas as empresas que atuam nesses segmentos de mercado dispõem de mão de obra especializada e de uma metodologia de gestão de projetos para desenvolvimento de produtos que permitam promover internamente atividades de inovação e incremento tecnológico para a manutenção e a expansão dos seus negócios”, conclui o empresário paulista.
Fonte:Ex-Libris Comunicação