O lixo gerado dentro de casa poderá começar a gerar energia elétrica na região de Ribeirão Preto. O Centro de Gerenciamento de Resíduos (CGR) de Guatapará deu início a implantação de uma usina de biogás que vai transformar o gás metano, liberado na decomposição do lixo, em energia elétrica que vai ser distribuída pela rede e poderá ser comercializada.
O investimento do CGR é de cerca de R$ 40 milhões. Até o fim de 2013, os motores que devem gerar energia serão instalados, antecipando o projeto inicial em um ano.
Ainda no segundo semestre deste ano, o objetivo é implantar a usina de tratamento dos gases, estrutura que já está sendo levantada pela empresa.
O presidente da CGR, Mauro Picinato diz que a usina será capaz de gerar 4 Mwh (megawatts por hora) no início, o que seria suficiente para abastecer uma cidade de até 10 mil habitantes. A usina deve atingir pico de 10 Mwh em 10 anos, o que manteria uma cidade de 25 mil pessoas.
A Usina de Biogás faz parte do plano de ampliação do Centro de Gerenciamento de Resíduos que recebe 2,5 mil toneladas de lixo por dia de uma população de dois milhões de pessoas distribuídas em 20 cidades.
"O gás metano (CH4) é agressivo à natureza e agride a camada de ozônio, além de ser 21 vezes mais poluente do que o gás carbônico (CO2). O processo de tratamento vai retirar esse gás de forma eficiente do maciço do aterro, controlar toda a pressão para evitar perdas e fazer o processo de medição e controle além da queima em flares", explica Picinato.
Segundo ele, a queima em "flares" é realizada em torres queimadoras com temperatura controlada para assegurar maior eficiência do processo para que não sobre gases. "A Usina de Biogás vai garantir índices acima de 99% de eficiência no tratamento desses gases", ressalta o presidente do grupo.
Regulação federal
O presidente da CGR, Mauro Picinato, comenta que o processo de interligação da usina de geração de energia com a rede vai ser regulado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). "Há um processo administrativo que deve ser feito com a concessionaria local, que no nosso caso é a CPFL Paulista. A partir das autorizações da Aneel e processo com a concessionária, ocorrerá interligação com a rede pública de acordo com o projeto técnico aprovado".
A Cidade