Até o dia 22 deste mês, o mundo inteiro volta os olhos para a Rio + 20, a conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável. Algumas propriedades rurais na região noroeste paulista já estão tomando ações sustentáveis. Com o plantio de matas ciliares, nascentes que haviam secado estão sendo redescobertas.
A sensação que temos é que a água é um bem abundante, mas não é. O desenvolvimento desenfreado destrói florestas e, por consequência, os rios. Antes da água chegar às torneiras ela precisa contar com uma proteção especial: a mata ciliar. “Ela mantém o rio em seu leito natural e o nível de assoreamento é baixo”, afirma o tenente da Polícia Ambiental Igor Hiassa.
Além de abrigo para pássaros, animais e insetos, a floresta é uma proteção natural para a chuva. A água penetra no solo, é absorvida e armazenada nos lençóis freáticos, depois vai sendo liberada aos poucos. A natureza está protegida pelo Código Florestal. Produtores rurais e donos de terras têm que respeitar os limites das áreas de preservação permanente, senão pagam multa.
Até pouco tempo o gado pastava em uma fazenda em Guapiaçu (SP), bem perto do rio. O resultado foi devastador. "Quando isso acontece, a perda da mata ciliar, há o processo da assoreamento e ele perde o leito natural dele", explica Hiassa. O dono foi multado e a fazenda já começou a ser recuperada.
O produtor rural Nilton César Alves não precisou de puxão de orelha. Ele nasceu e cresceu na roça, por isso sabe bem como a água é importante para a produção. Além de dar o exemplo na propriedade dele, o produtor reuniu outros donos de terra para incentivar a proteção à mata ciliar. “Os proprietários da região vieram em peso e outros produtores de outras regiões estão vindo aqui para conhecer nosso trabalho”, diz o produtor.
G1