Ibitinga, Segunda, 25 de Novembro de 2024
Pesquisadores usam a internet para mostrar queimadas em canaviais
Site administrado pelo Inpe identifica onde produtor usou fogo. Aplicada para facilitar corte da cana, prática será proibida em 2017

A queima da palha da cana-de-açúcar já pode ser identificada e acompanhada por qualquer cidadão com a ajuda da internet. Um site administrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) usa imagens de satélite que permitem identificar as áreas afetadas pelo fogo. O sistema será importante para fiscalizar a prática, sobretudo a partir de 2017, quando será proibida em São Paulo. 

O fogo ainda hoje é utilizado nos canaviais para facilitar o corte manual da cana. Após a proibição, as usinas terão de fazer a colheita com máquinas. Empresários do setor têm um acordo para antecipar o fim das queimadas para 2014. É justamente esse pacto que motivou o desenvolvimento da nova ferramenta.

O sistema registra, com atualizações a cada 16 dias, as mudanças nas regiões canavieiras. As imagens permitem diferenciar áreas trabalhadas com colheitadeiras daquelas onde foram praticadas queimadas.

"As imagens podem mostrar se o produtor forneceu informações incorretas e a Secretaria do Meio Ambiente pode usar essa informação para dizer ao produtor que ele deve se adequar às metas e aplicar multas", explica o pesquisador do Inpe Daniel Alves de Aguiar.

Segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente, a colheita mecanizada chegou a 62,5% das áreas produtoras de cana-de-açúcar no estado. Sérgio Prado, representante da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Única) em Riberão Preto (SP), afirma que o investimento em mecanização é essencial e a prática de queimada é ultrapassada. “A queima é insustentável do ponto de vista ambiental e econômico.”

 

G1

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