Ibitinga, Segunda, 25 de Novembro de 2024
Crise na laranja: Solução para crise da citricultura depende de atitude da indústria
Tomadas as decisões, por parte do governo, para contenção da crise enfrentada pelos produtores de laranja, decisão agora depende da indústria

No último dia 29 de junho, o presidente do Sindicato Rural de Ibitinga, Frauzo Ruiz Sanches, esteve em reunião da Comissão Especial de Citricultura, no Ministério da Agricultura, em Brasília, onde o secretario executivo do ministério, José Carlos Vaz, anunciou, depois de inúmeras discussões, as medidas do governo para amenizar a crise da laranja.

“O SRI, por mim representado, esteve presente em todas as reuniões que aconteceram. Assim, posso garantir que estamos muito sensibilizados com a grave crise que o setor enfrenta e buscamos de todas as formas soluções para esse momento. Também sou produtor, e sinto ver companheiros perdendo sua produção e ânimo com a atividade, frente a ambição de empresas,  que para não deixar o preço do suco baixar no mercado internacional, decidiram deixar a conta para o setor produtivo.  É importante lembrar que a crise não é da cadeia citrícola, mas do setor produtivo independe, afinal, as indústrias estão colhendo suas frutas próprias há mais de 30 dias, deixando inclusive a fruta de contratos cair ou colhendo de forma muito lenta, o que também gera muitas perdas”, afirma Sanches.

Entre as medidas, está a criação de uma nova LEC - Linha Especial de Credito – para estocagem de suco pela indústria e também a prorrogação das dívidas bancárias dos produtores. (veja todas as medidas na nota da Faesp).

“A situação é mais grave para os produtores independentes e sem contratos. Dado toda a mobilização que foi feita e a criação das políticas de LEC (500 milhões - LEC 2), PEP (200 milhões) sinalização de compra de suco (90milt) pelo governo do Estado de São Paulo, e na seqüência do federal, assim como prorrogação da LEC 1 (311 mil toneladas do ano passado), a expectativa é que as empresas tenham um mínimo de bom senso e aceitem a LEC2, começando imediatamente a processar as frutas precoces, pois os esforços dos governos e do setor estão no limite”, alerta o presidente do sindicato.
São Paulo tem cerca de 8 mil citricultores – e suas famílias -, além de milhares de colhedores (mais de 50 mil pessoas) e de caminhoneiros que estão parados. Em Ibitinga e Tabatinga, segundo apurado pelo SRI, são 477 produtores de laranja, afetados pela crise. De acordo com o engenheiro agrônomo da Casa da Agricultura de Ibitinga, Carlos Roberto Malosso, o município de Ibitinga produz cerca de cinco milhões de caixa de laranja sendo, portanto, bastante dependente da atividade. “A crise preocupa porque afeta a economia. Causa desemprego. Basta fazer o cálculo. Se uma pessoa colhe 60 caixas por dia, e a cidade colhe cinco milhões de caixas, são necessárias em media três mil pessoas por mês pra colher laranja no município de Ibitinga. Isso sem falar do produtor, que vê seu investimento todo perdido no chão, ficando sem condições de honrar seus compromissos”, comenta Malosso.

Para o presidente do sindicato, a situação está chegando ao limite. “Ações como greve e paralisações podem ocorrer, o que não é bom para o setor e sua imagem já desgastada por anos de discussão e acusações. Depois de tanto esforço de todos, buscando alternativas, esperamos contar com o bom senso das indústrias”, finaliza Frauzo Sanches.

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