Ibitinga, Segunda, 25 de Novembro de 2024
Cenário da crise da laranja não muda com medidas anunciadas pelo governo
A falta de compradores para a safra 2012/2013 é considerada pelos produtores a maior crise da história da citricultura paulista

  Na última semana, a Faesp divulgou as medidas de contenção da crise da laranja definidas pelos governos federal e estadual, entre elas, a de maior impacto, a liberação de um novo recurso, a LEC 2 (Linha Especial de Crédito) para as indústrias realizarem o processamento e a estocagem de suco. Apesar disso, as empresas não demonstraram interesse em fazer uso do recurso.

  Apenas no estado de São Paulo, a cultura da laranja representa mais de 400 mil empregos, entre colhedores, caminhoneiros e outros, além de refletir sobre outros setores como das lojas de defensivos, que movimentam mais de U$ 4 bilhões de dólares. Todos estão gravemente afetados pela decisão das indústrias de processarem apenas as suas frutas próprias. São milhares de pessoas que contavam com a renda advinda desta safra e que não terão condições de honrar seus compromissos, muitas vezes, sequer de sustentar suas famílias.

  João Parisi Neto, citricultor há aproximadamente 10 anos, investiu cerca de 40 mil reais na safra 2012/2013. Com a falta de comprador para a produção, estima um prejuízo em torno de R$ 50 mil. Já passou por outras crises, mas essa em sua opinião é a maior. Para diminuir os prejuízos está diminuindo a adubação e o uso de fungicidas. “Estou passando uma quantidade menor do que deveria e adubando o solo para diminuir os gastos. A situação é difícil porque envolve uma crise que está acontecendo no mundo inteiro e depende da boa vontade do governo  em ajudar os produtores”, afirma o citricultor.

 Em busca de alternativas para contornar a crise, os produtores têm buscado formas de diminuir os prejuízos. Alexandre de Moraes dos Santos  (foto) produz laranja há mais de 30 anos e para não perder todo o investimento na safra, cerca de R$ 14,00 por caixa de laranja, está vendendo a produção precoce para uma indústria pequena, em Rio Claro, ao custo de R$ 1,50 por caixa. Apesar da crise, a maior já vivenciada, e da falta de contrato, ainda não pretende desistir da atividade e para amenizar o prejuízo, está tentando retirar todas as laranjas dos pés, para não prejudicar a safra do ano que vem.

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