As escavações de fósseis do titanossauro, que foi descoberto em 2009 na região de Marília foram retomadas neste final de semana. As escavações são realizadas por meio de parceria entre o Museu de Paleontologia, a Universidade de Brasília (UNB), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Fundação Educacional de Fernandópolis.
Segundo o paleontólogo e coordenador do Museu de Paleontologia, William Nava, esta quarta etapa de escavações também uma equipe de cinegrafistas da UNB que vai produzir um documentário sobre as escavações.
“Estaremos em aproximadamente 10 pessoas, mas nem todos estarão envolvidos na escavação, e esperamos até o dia 15 de agosto atingir os resultados esperados, ou seja, retirar se não todo, ao menos parte dos fósseis do titanossauro e trazer para o museu ou local mais adequado para que posteriormente esses fósseis possam ser retirados das rochas e se inicie o estudo anatômico de cada um deles, processo que costuma demorar meses ou mesmo anos”, explica Nava.
O titanossauro foi uma espécie de herbívoro, quadrúpede, que media aproximadamente 13 metros de comprimento e viveu no período cretáceo, há cerca de 100 milhões de anos.
O paleontólogo Willian Nava coordena as escavações do titanossauro juntamente com o geólogo e paleontólogo da UNB, Rodrigo Miloni Santussi, e o biólogo e paleontólogo da UFRGS, Marco Brandalise de Andrade.
O secretário municipal da Cultura, André Gomes, destaca que o titanossauro é patrimônio cientifico cultural de Marília e região.
“Este titanossauro é importante, porque além de toda a descoberta no campo científico, irá beneficiar também a comunidade, pois o titanossouro não irá para um grande Museu nas capitais do Brasil ou do mundo, e sim permanecerá em Marília como patrimônio de todos os marilienses”, finaliza Gomes.
Descoberta
A localização do fóssil de titanossauro pode ser considerada uma lacuna no tempo: essencial para que se possa entender a diversidade da natureza e a nossa história evolutiva. O geólogo e paleontólogo da UNB, Rodrigo Miloni Santussi, explica que essa fase da escavação é um momento decisivo porque é a fase da coleta do material a ser estudado e posteriormente preservado.
“Depois de retirar o esqueleto do animal, iremos levá-lo para o Museu de Paleontologia, que é um ambiente mais estável e seguro para sua preservação e logo após, estudar o material, ou seja, compreender sua biologia e fazer comparações com outros dinossauros já conhecidos. Do ponto de vista evolutivo ele vai fornecer muitas informações para compreendermos a história de formação do nosso planeta”, explica o geólogo.
O geólogo ainda salienta que o estudo das rochas no local onde está o fóssil é importante para a pesquisa porque fornece informações do que acontecia naquela região: como e aonde o animal morreu e quais condições ambientais eram as reinantes na época que esse dinossauro vivia. O biólogo e paleontólogo da UFRGS, Marco Brandalise de Andrade, destaca que também faz parte do trabalho do paleontólogo registrar da melhor maneira possível a retirada do material porque esta ação fornece subsídios para a compreensão do dinossauro e do contexto em que ele existiu, além de poder reconstituir aquilo que era Marília há 70 milhões de anos atrás.
“Um tempo que é difícil a gente entender só em números, 70 milhões de anos é muito tempo para nós, mas à medida que registramos os acontecimentos temos condições de reconstruir melhor a idéia do que era a região de Marília, como era sua ecologia e como chegou a ser o que é hoje, ou seja, compreender as várias fases, e a transformação do planeta. Destaco que é importante este registro do período cretáceo, porque pouco depois quase não há registro de dinossauros”, finaliza o biólogo.
G1