Citricultores distribuíram nesta quinta-feira (26) 12 toneladas de laranja e cerca de 200 litros de suco para moradores de Taquaritinga (SP). Parte da bebida também foi despejada pelas ruas. O protesto contra a crise no setor parou a cidade.
O produtores afirmam que 6 mil propriedades foram prejudicados porque as indústrias deixarão de comprar cerca de 80 milhões de caixas da fruta neste ano. O número de trabalhadores desempregados pode chegar a 40 mil.
Agricultores da região querem que o governo estadual compre a safra excedente para evitar o agravamento da crise. São Paulo responde por 90% da produção do país. “A solução é um programa emergencial do governo para escoar, em forma de suco concentrado, distribuir em programas sociais e na merenda escolar”, afirma Marco Antônio dos Santos, presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga.
Estado
Em nota, o governo do Estado informou que tem realizado, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, reuniões constantes com os representantes da cadeia da citricultura, tanto produtores quanto indústrias, para estudar, em conjunto, estratégias que possam minimizar os impactos da crise econômica internacional no setor.
Crise
Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBr), a crise foi causada pela supersafra de 2011, quando foram produzidas 428 milhões de caixas. A capacidade de processamento da indústria é de 247 milhões de caixas por ano. Em 2012, porém, os laranjais voltaram a produzir uma safra acima do esperado, cerca de 365 milhões de caixas.
A CitrusBr também afirma que, desde 2000, o consumo mundial de suco concentrado caiu de 2,7 para 2 bilhões de toneladas. A concorrência com outras bebidas, como os isotônicos e as águas saborizadas, é apontada como a principal causa para o encolhimento do mercado, mas a crise econômica na Europa e restrições dos Estados Unidos ao produto brasileiro por causa do uso de um agrotóxico proibido naquele país – o Carbendazim – também prejudicaram as vendas.
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