O Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou medidas para o setor citrícola, entre elas, o estabelecimento do preço mínimo de R$ 10,10 centavos pela caixa de laranja. A expectativa agora é que o Ministério da Agricultura inicie, o mais breve possível, leilões de PEP – Prêmio de Escoamento de Produto e de PEPRO – Prêmio Equalizador Pago ao Produtor. Também foi autorizado o alongamento do prazo de pagamento do custeio de laranja com vencimento em 2012 (que será de cinco anos), e as parcelas de 2012 de operações de investimento ou de custeio, prorrogadas em anos anteriores, poderão ser pagas um ano após o vencimento da última parcela prevista no contrato atual. Ainda foi criada uma linha de manutenção de pomares com limite de R$ 150 mil, taxa de 5,5% ao ano de juros e prazo de até cinco anos para pagamento. E os citricultores que quiserem migrar para outras culturas têm a possibilidade de aderir ao programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono). Produtores rurais e cooperativas terão limite de financiamento de R$ 1 milhão e taxas de juros de 5,5% ao ano com prazo para pagamento de 5 a 15 anos.
  Os detalhes das medidas serão divulgados por Resolução do Banco Central, mas ainda não chegaram aos bancos, segundo informações do Banco do Brasil de Ibitinga. Para o presidente do Sindicato Rural de Ibitinga e Tabatinga (SRI), Frauzo Ruiz Sanches, foi um grande passo, mas não significa que as indústrias vão iniciar compras no valor de R$ 10,10 a caixa. “A inclusão da laranja na política de preços mínimos representa acesso a linhas de credito e políticas públicas que antes não poderiam ser utilizadas, mas ainda é preciso a atuação dos produtores e das autoridades cobrando a inclusão do suco de laranja em programas assistenciais”, afirma. Em reunião realizada no último dia 09, em São Paulo, o governador Geraldo Alckim e a secretária de agricultura, Mônika Bergamaschi, propuseram inserir o suco de laranja na merenda escolar, algo que já é previsto em lei, mas ainda não ocorre. No próximo sábado, dia 18 de agosto, prefeitos e representantes de sindicatos da região se reunirão no Sindicato Rural de Itápolis para debater a crise da laranja e elaborar documento a ser entregue aos governos.