Ibitinga, Domingo, 24 de Novembro de 2024
Parque de Santa Rita do Passa Quatro abriga jequitibá de 600 anos
A espécie, gigante da Mata Atlântica, é considerada símbolo do estado. Ao todo, 330 exemplares de grande porte estão em área de 2 mil hectares

O Parque Estadual de Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro (SP), abriga o jequitibá mais antigo do Estado de São Paulo. A espécie, gigante de vida longa da Mata Atlântica, é considerada símbolo do estado.

O parque é o reduto dos jequitibás-rosa. Somente de exemplares de grande porte, são 330 em uma área de 2 mil hectares, sendo a maior concentração da espécie no estado. “O estado criou então essa unidade de conservação com a motivação maior de se preservar as maiores e mais belas florestas de jequitibás-rosa existentes no Estado de São Paulo e também vegetação representativa da nossa região”, disse o gestor do parque, Heverton José Ribeiro.

O jequitibá-rosa, ou cariniana legalis, é encontrado nas regiões sudeste, centro-oeste e parte do nordeste do país. É uma das maiores árvores da mata atlântica. Precisa de grande quantidade de luz e água para se desenvolver, além de terra fértil. O solo tem que ser bem profundo, já que as raízes podem atingir até 15 metros.

Imponente pela grandeza, a árvore chama a atenção de longe e parece inabalável. Características que fizeram dela um símbolo de São Paulo. “Passa essa mensagem talvez de segurança, de confiança. Por ter uma ocorrência desde o seu litoral, no interior também ocorre, e sempre destaca na mata, provavelmente o povo de São Paulo a elegeu como símbolo”, ressaltou Ribeiro.

No meio de tantos exemplares, o jequitibá mais antigo do estado tem um lugar de destaque e ganha atenção especial. Ele é carinhosamente conhecido como o patriarca. Estudos feitos por engenheiros agrônomos e biólogos determinaram que ele está no local há mais de 600 anos.

O patriarca também é o mais alto com 40 metros, equivalente a um prédio de 13 andares. Robusto, o tronco tem quatro diâmetros. Seriam necessárias pelo menos nove pessoas adultas para abraçá-lo.

A árvore já estava no local praticamente um século antes da chegada dos colonizadores e comove mesmo quem já está acostumado com a presença dela. “Já trabalho no parque há alguns anos e todas as vezes que eu venho aqui é como se fosse a primeira vez. Não só pelo porte arbóreo, mas lembrar dessas possibilidades, de ela ter passado por todo um processo ao longo do tempo, Independência, Proclamação da República. Realmente ele é um testemunho da história”, destacou o gestor.

 

G1

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