A Companhia Nacional de Abastecimento realiza nesta quarta-feira (31) o primeiro leilão semanal de aquisição de laranja. Apesar de os produtores da região de São Carlos (SP) reclamarem do pouco volume negociado e das exigências para participar, os pregões do governo estão ajudando a escoar a safra.
Dados do Instituto de Economia Agrícola indicam que a produção paulista de laranja este ano será de 366 milhões de caixas de 40 quilos – 5,6% menor em relação à safra passada, principalmente por conta de fatores climáticos.
Ainda de acordo com o levantamento, 20 milhões de caixas das variedades precoces não foram comercializadas e apodreceram no chão. Agora os produtores colhem a chamada fruta do meio, como a variedade Pêra Rio. Por isso os leilões de aquisição do governo federal são um alívio.
O agricultor José Walter Pereira, de 73 anos, disse que nunca passou por tanta dificuldade. Dono de 22 mil pés da fruta em Pirassununga (SP), ele precisou recorrer ao leilão para conseguir negociar a um preço justo. Com isso, conseguiu vender 4.500 caixas. “É uma ajuda. Além da colheita, gastamos com defensivo, empregados, mão de obra, maquinários”, relatou.
Mas o benefício não está acessível a todos os citricultores. O agricultor Pedro Toneti ainda não conseguiu participar dos leilões. “O produtor só pode participar se ele conseguir um comprador para a fruta no mercado formal aqui fora com as indústrias”, explicou.
Quando a caixa é vendida nos pregões da Companhia Nacional de Abastecimento, o produtor recebe da indústria R$ 7 por caixa mais a subvenção de R$ 3,10 do governo.
“Com isso, dá para ele fazer a colheita e o transporte da fruta. Então ajuda por uma situação em que nunca foi vista pelo produtor na história do seu setor”, disse o presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, Marco Antonio dos Santos.
G1